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Título público que rende pela inflação do aluguel dá ganho recorde de 24%

Antonio Temóteo

Do UOL, em Brasília

21/12/2020 04h00

Os títulos do Tesouro Nacional reajustados pela inflação do aluguel (IGPM+) são os que mais ganharam em 2020. O papel com vencimento para 2021 tem rendimento acumulado no ano de 23,67% e o que vence em 2031, 25,67%. Para se ter uma ideia, o segundo papel com maior rendimento no ano é o Tesouro IPCA+ 2024, que acumula uma alta de 8,14%.

Se ficou interessado, esse papel não é mais negociado pelo governo. O Tesouro IGMP+ com juros semestrais (antiga NTN-C) foi vendido pelo governo entre dezembro de 1999 e novembro de 2006. Agora a negociação só existe no mercado secundário -onde uma pessoa que tenha o título pode vender para outra. Segundo dados do Tesouro Nacional, o estoque de títulos indexados ao IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) soma R$ 102 bilhões.

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IGP-M é sensível aos preços agrícolas e do dólar

O IGP-M é uma das versões do Índice Geral de Preços (IGP). É medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e registra a inflação de preços como matérias-primas agrícolas e industriais e bens e serviços finais.

Esse índice sofre bastante influência do dólar. É formado por indicadores que registram preços no atacado, para o consumidor final e para a construção civil. A pesquisa de preços é feita entre o dia 21 do mês anterior até o dia 20 do mês atual.

Os indicadores que o compõem medem itens como bens de consumo (um exemplo é alimentação) e bens de produção (matérias-primas, materiais de construção, entre outros). Entram, além de outros componentes, os preços de legumes e frutas, bebidas e fumo, remédios, embalagens, aluguel, condomínio, empregada doméstica, transportes, educação, leitura e recreação, vestuário e despesas diversas (cartório, loteria, correio, mensalidade de Internet e cigarro, entre outros).

Mercado oferece outras opções, diz economista

A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, afirmou que o título público indexado ao IGPM tem garantido ganhos aos investidores que mantêm o papel na carteira. Entretanto, ela ressaltou que de 2006 para cá o mercado de renda fixa mudou e existem outras opções de investimentos tão ou mais rentáveis.

"O mercado se modernizou, e hoje os investidores têm opções que vão além dos títulos públicos. No universo da renda fixa, há boas opções de títulos de crédito privado e CDBs. São bons produtos e com taxas de retorno interessantes", disse.

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