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Quer investir, mas não tem dinheiro? Veja 6 passos para começar a poupar

João José Oliveira

Do UOL, em São Paulo

02/02/2021 04h00

Começar uma carteira de investimentos parece um sonho distante para muitas famílias que sequer conseguem fazer a renda chegar ao fim do mês. Essa luta ficou ainda mais evidente em 2020, marcado pela crise econômica provocada pela pandemia, que já invadiu 2021.

Mas planejadores financeiros dizem que a solução desse problema está no próprio orçamento familiar. Com disciplina e definição de objetivos claros, uma família pode descobrir os vazamentos que levam embora uma parte da renda e, a partir daí, começar a economizar, segundo especialistas.

Quanto mais desorganizada for a pessoa, maior a chance de ela encontrar de onde cortar excessos e começar a poupar. Para quem acha que não tem dinheiro para investir, essa sobra é suficiente para começar uma aplicação.
Jhon Wine, vice presidente da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros)

Se, ao organizar o orçamento, a pessoa encontra como economizar 10%, isso já é muito mais que um investimento de renda fixa, se a gente olhar a taxa Selic, que dá 2% ao ano.
Janser Rojo, planejador financeiro pela Planejar

Veja seis passos para conseguir economizar, começar a poupar, persistir no hábito e passar a investir, segundo planejadores financeiros.

1º passo: Definir um motivo

Sem um motivo claro e concreto, a pessoa não vai conseguir cumprir o projeto de começar a poupar. Pode ser comprar um carro, mudar de casa, viajar ou ter a independência financeira, por exemplo.

"Com o sonho ou sonhos definidos, vai ficar mais fácil encarar o desafio. Estou deixando de gastar agora porque tenho um sonho, um propósito que vai valer a pena o sacrifício", diz Wine, da Abefin, também planejador financeiro da Dsop.

2º passo: Dissecar o orçamento

Definido o sonho, vem a parte mais chata. Checar todos os gastos, por um período de 30 dias, pelo menos. Tem que anotar tudo —do condomínio ao pãozinho na padaria. Ao criar uma planilha de gastos, é possível perceber quais estão inflando as despesas e podem ser cortados. Faça isso novamente no mês seguinte.

3º passo: Cortar gastos

Despesas que inflam o orçamento às vezes podem ser cortadas sem que isso afete a qualidade de vida da família. Os maiores inimigos podem estar numa mensalidade que sempre foi paga, mas que está se tornando desnecessária. Ou no gasto baixo e picado, que parece não doer no bolso. Planejadores financeiros listam algumas armadilhas que sugam a renda.

  • Refeições fora de casa, docinhos, cafés e salgados.
  • Produtos mais caros só por causa de uma marca famosa.
  • Mensalidades, como pacotes de TV a cabo e streaming (precisa ter os dois?).
  • Fatura de cartão de crédito, um dos maiores esconderijos de gastos desnecessários ou que podem ser evitados.
  • Parcelamento de despesas recorrentes, como supermercado ou combustível. Esse gasto vai se repetir, e as parcelas ficarão encavaladas. Se não deu para fazer o supermercado com o dinheiro da conta corrente, o certo seria levar menos produtos no carrinho.

4º passo: Separar o dinheiro poupado no início do mês

Passe a priorizar os sonhos e propósitos. Se, após analisar o orçamento, a família percebeu que vai sobrar 5% da renda, por exemplo, então já no começo do mês ela deve separar esse dinheiro para poupar. "Se não fizer isso, vai acabar gastando o excesso de alguma forma", diz Wine.

5º passo: Encontrar o melhor investimento para cada sonho

Antes de começar a aplicar o dinheiro, é fundamental escolher o investimento que combina com o seu sonho. Não dá para colocar na Bolsa o dinheiro que está sendo separado para uma viagem no prazo de um ano.

Metas de curto prazo, como fazer reserva de emergência ou comprar uma viagem dos sonhos, devem ter o dinheiro aplicado em produtos sem risco e de fácil resgate, como renda fixa prefixada. Metas mais longas, como uma aposentadoria, podem combinar com aplicações em renda variável, caso de fundos de ações e fundos imobiliários, por exemplo.

6º passo: Persistir na disciplina

Ao poupar dinheiro do próprio orçamento, a pessoa pode aumentar seu patrimônio mesmo se o rendimento dado pela aplicação escolhida for baixo. Afinal, todo mês vai pingar alguma coisa na conta do investimento.

"O que vai fazer o capital crescer é muito mais a capacidade de economizar e poupar do que propriamente o rendimento. Com o passar dos anos, no longo prazo, o rendimento da aplicação passa a fazer mais diferença, porque a base aumenta. Mas não existe esse ganho se a pessoa não começar de uma base", diz Rojo, da Planejar.

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