Você pode ganhar dinheiro no Brasil investindo no crescimento da China
Resumo da notícia
- Veja como investir na China aplicando em reais e no mercado brasileiro
- Investir na China é forma de diversificar aplicações, dizem profissionais de mercado
- Opções para brasileiro investir na China incluem fundos, BDRs e até ações de empresas brasileiras
A China é a economia que mais cresce no mundo atualmente, entre as nações mais importantes do planeta. O país foi o primeiro a sair da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus e está liderando a retomada da atividade mundial. Na lista das 10 maiores corporações do mundo, cinco delas já são chinesas.
Esses são alguns dos motivos pelos quais o investidor brasileiro deveria avaliar a possibilidade de aplicar parte da sua carteira em ativos desse gigante asiático, dizem profissionais de mercado. Entenda no texto como aproveitar o crescimento chinês para melhorar o retorno dos investimentos aqui no Brasil.
Investidor pode apostar em empresas chinesas
O investidor brasileiro pode aplicar parte do sei dinheiro em empresas chinesas sem precisar mandar dinheiro para fora. Há diversas opções disponíveis para o investidor comum, dizem gestores de recursos, incluindo fundos com aplicação inicial de R$ 10 e BDRs por menos de R$ 50.
Segundo Fabiano Cintra, coordenador de fundos da XP Investimentos, com os juros baixos, muitos investidores já buscam alternativas de maior rentabilidade em ativos internacionais, mas a China ainda precisa de mais atenção.
É natural que essa internacionalização ocorra em estágios, começando pelos ativos mais tradicionais, como os dos Estados Unidos. Mas a China já deixou de ser um item exótico, sendo hoje a segunda maior economia do mundo, que caminha para ser a líder mundial. A China se tornou muito grande para ser ignorada.
Fabiano Cintra, coordenador de fundos da XP Investimentos
Por que investir na China?
Confira alguns motivos para investir na China, segundo especialistas de mercado:
- Economia em crescimento: antes mesmo da pandemia, a China já liderava a lista de economias que mais cresciam. O ritmo da expansão foi afetado em 2020 em meio às medidas de isolamento social, mas ainda assim a economia chinesa fechou o ano com expansão de 2,3%. Para comparar, os Estados Unidos tiveram retração econômica de 3,5% no mesmo período.
- Empresas do futuro: a China já coloca atualmente cinco entre as dez maiores empresas do mundo e é destaque em setores que são considerados promissores da economia do futuro, como os de tecnologia, de biotecnologia e de serviços digitais.
- Diversificação: ao investir em empresas chinesas, o brasileiro pode ter parte da carteira sem dependência da economia brasileira ou mesmo do real. Dessa forma, dizem profissionais de mercado, o aplicador terá uma fatia de seus investimentos indo bem, mesmo que o Brasil vá mal.
Diversificação internacional não pode ser apenas Estados Unidos. A China se abriu mais ao investidor estrangeiro. O país está crescendo em participação em importantes índices globais de ações. Nos índices de mercados emergentes, por exemplo, há dez anos, a China representava de 15% a 20% desses indicadores. Hoje, ela já representa 38% desse índice.
Milena Landgraf, superintendente de gestão de recursos da Itaú Asset
Como investir na China?
Veja os produtos que existem no mercado brasileiro que permitem ao investidor colocar parte de seu capital em empresas chinesas.
BDRs
Várias empresas chinesas têm recibos de ações, os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) negociados na Bolsa brasileira. Desde outubro do ano passado, mesmo o pequeno investidor passou a ter maior acesso a esse tipo de produto após mudanças nas regras pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
A gigante do comércio eletrônico Alibaba, por exemplo, é negociada por menos de R$ 50. Tem papéis mais caros, como o motor de buscas Baidu, que está cotado a mais de R$ 1 mil. Para aplicar, basta a pessoa abrir conta em corretora e negociar seguindo as mesmas regras válidas para comprar e vender ações de empresas brasileiras.
Fundos de Investimento
Para quem não quer concentrar o dinheiro separado para China em uma única companhia, instituições financeiras no Brasil começaram a oferecer fundos de investimento de ações de empresas chinesas.
Alguns desses fundos, que têm autorização para aplicar mais de 20% do patrimônio em ativos estrangeiros, são abertos apenas para o chamado investidor qualificado, aquele com mais de R$ 1 milhão para aplicar. Mas já há aplicações abertas ao pequeno investidor, como Trend Bolsa Chinesa, da XP Investimentos, que recebe aplicações a partir de R$ 10,00 e tem cotas negociadas em Bolsa, com o código XINA11.
Sem negociação em Bolsa, mas com foco em empresas chinesas, há opções em outras plataformas, como o Bradesco, que lançou o Bradesco China FI Ações IE, ou no Itaú, que inclui ações de empresas chinesas no Carteira Itaú.
Outra forma de diversificar um investimento com uma aplicação baixa é comprando um BDR de um ETF (exchange-traded fund). Parece complicado, mas nada mais é que um recibo de um fundo de investimento negociado na Bolsa que reproduz o comportamento de um índice de ações.
Um exemplo de BDR de ETF que acompanha ações da China é o iShares MSCI China ETF, (código BCHI39), que foi lançado no Brasil pela BlackRock, a maior gestora de recursos do mundo. Esse BDR acompanha o índice de ações MSCI.
Ações de empresas brasileiras
Algumas empresas brasileiras têm forte relação comercial com a China, sendo a mineradora Vale a mais conhecida delas. Quanto mais a China cresce, mais essas empresas conseguem vender. Essa é então uma forma indireta de o brasileiro poder colocar parte de sua carteira em ativos relacionados à economia chinesa.
Além da Vale, outros exemplos de empresas com parte importante de suas exportações para a China são as produtoras de papel e celulose Klabin e Suzano.
Quanto investir na China?
A fatia da carteira que pode ir para empresas ou negócios da China depende do perfil de risco e da quantidade do capital de cada investidor, destacam profissionais do mercado financeiro.
A China deve compor aquela parte do investimento voltado para ativos globais.
Entre as carteiras recomendadas da XP Investimentos, por exemplo, a fatia sugerida para investimentos em ativos internacionais começa em 5%, na carteira defensiva (investidor conservador/moderado), e chega a 20% na carteira destemida, a de perfil mais arrojado sugerido pelos analistas da casa.
Cuidados ao investir em ações de empresas chinesas
Como todo investimento de renda variável, o aplicador deve levar em conta que BDRs, fundos e ETFs relacionados à economia chinesa representam riscos de variação — para cima e para baixo desses ativos. Por isso, esses produtos devem compor a parte da carteira de longo prazo, destacam profissionais de mercado.
Além disso, companhias com sede na China ficam sujeitas ao histórico de políticas intervencionistas do governo chinês e às medidas de restrição que podem ser tomadas por governo de outros países, como os Estados Unidos, em conflitos comerciais.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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