Todo mundo fala do dólar. Mas e o euro? Vale investir na moeda?
Investimentos em moedas estrangeiras podem ser boas alternativas para investidores brasileiros que tentam contornar a desvalorização do real e a crise econômica vivida pelo país. O euro - moeda de circulação na União Europeia - é uma das opções para aplicação, uma vez que representa uma das maiores economias do mundo e é utilizada em transações de empresas globais, como Shell, Volkswagen e Santander.
A moeda encerrou a quinta-feira a R$ 6,450. No ano, o euro apresenta estabilidade, com leve queda de 0,04%.
Segundo analistas, isso faz o investimento em euro mais seguro do que os feitos em outras moedas, como o próprio real — a moeda brasileira tem maior risco pelo fato de o Brasil ser um país emergente. Apesar dessas suas características, vale a pena investir no euro? Onde encontrar boas opções? Veja o que dizem os analistas ouvidos pelo UOL.
Oscilação menor resulta em ganhos menores
A oscilação [do euro] é menor, gerando melhor previsibilidade para o investidor em seus ganhos. Apesar de as recompensas serem menores do que o real, a segurança e a redução da volatilidade facilita o investir a ter previsibilidade. Se o investidor procura algo mais seguro, com previsibilidade maior, entre real e euro, melhor o euro.
Fabrizio Velloni, economista-chefe Frente Corretora de Câmbio
Porém, assim como qualquer investimento no Brasil, é necessário diversificar, e não investir somente na moeda estrangeira em si.
Fundos que têm estratégia de compra de ações globais que incluem euro podem ser uma boa alternativa, aponta Renato Breia, sócio fundador da Nord Research. "Além disso, existem os ETFs, que replicam índices da Bolsa europeia. Ou o investidor pode comprar até BDRs", afirma.
Os ETFs são fundos de investimento com cotas negociadas na Bolsa de Valores. Também são conhecidos como fundos de índice. Já os BDRs são certificados de valores mobiliários emitidos no Brasil, mas que representam emissões de empresas com sede no exterior.
BDR é um bom começo se você não tiver conta no exterior e quiser investir na Europa. É uma forma de investir, e vemos que o próprio mercado está aumentando a quantidade de oportunidades para prender o investidor no Brasil.
Enzo Pacheco, analista da Empiricus
Para investir eu euro, vale encontrar corretoras internacionais
Pacheco, porém, afirma que investimentos em corretoras internacionais podem ser vantajosos em termos de diversificação e maiores oportunidades. "O investidor [que investe somente] no Brasil fica com um universo limitado", completa.
Portanto, para aqueles que desejam uma gama maior de investimentos, é necessário abrir uma conta em uma corretora no exterior, o que possibilita mais opções de ETFs e compra de ações de empresas. Algumas corretoras internacionais com foco nos brasileiros já existem no mercado, por exemplo.
Outros tipos de investimentos também podem ser vantajosos, como fundos imobiliários, compra de imóveis no exterior ou até mesmo compra de crédito de carbono, modalidade ainda muito nova no Brasil, mas que algumas casas de investimentos já oferecem com retorno em euro.
Apesar de ser oportunidade, euro ainda perde para o dólar
Investir em euro pode representar uma boa estratégia de diversificação, ainda assim o euro perde para o dólar na preferência, uma vez que a moeda norte-americana representa um país com economia mais dinâmica e ainda mais diversificada.
Os principais índices estão nos Estados Unidos, e se vê empresas mais "novas", de tecnologia, por exemplo, no país americano do que no continente europeu.
Enzo Pacheco, da Empiricus
"Entre real, euro e dólar, dólar continua sendo mais vantajoso", completa Velloni. Independentemente do investimento feito em euro, os analistas consultados apontam para a importância de diversificar, mesmo em moedas, e ressaltam que o ponto é muito mais proteger a carteira do que ganhar na valorização.
A questão do brasileiro é muito mais se defender contra o real do que efetivamente apostar em uma moeda. É importante ter alocação fora do país como investimento, mas em ativos em outras moedas.
Renato Breia, da Nord Research
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