CDB que paga o dobro da taxa de juros: onde encontrar, e quais os cuidados?
A briga pela melhor taxa de retorno do CDB —um dos investimentos mais populares do país —trouxe o Bradesco para a arena. O next, braço digital do banco, lançou na segunda-feira (5) aos correntistas um CDB que paga 200% do CDI —o equivalente ao dobro da taxa básica de juros, a Selic. A remuneração compete com a de títulos oferecidos por outras fintechs, que utilizam a taxa de retorno como chamariz de novos clientes.
"O investidor precisa proteger seu dinheiro da inflação e as plataformas estão pensando nisso como uma forma de chamar clientes que são mais avessos a investimentos de risco", afirma Fernando Savioli, planejador financeiro. O retorno é atraente, mas para ter acesso a esses títulos, o investidor precisa seguir algumas regras.
Existe um valor limite para a aplicação, normalmente entre R$ 5 mil e R$ 10 mil reais, e o vencimento do título é de curto prazo, entre 30 e 90 dias. Isso significa que o imposto cobrado no resgate do CDB é de 22,5%. Será que compensa? Veja abaixo quem oferece CDBs que pagam 200% do CDI e os cuidados na hora de escolher, segundo especialistas ouvidos pelo UOL Economia+.
1. PagBank: investimento mínimo é de R$ 1
Para investir no CDB que paga 200% do CDI do PagBank, o investidor pode aplicar de R$ 1 até R$ 10 mil e não precisa ser cliente novo da plataforma. O título tem prazo de três meses, mas a liquidez é diária. Ou seja, o valor investido pode ser resgatado um dia após a aplicação.
2. XP Investimentos: só dá para resgatar no vencimento
O CBD da XP está disponível apenas para novos clientes, ou seja, quem já possuía conta na casa não tem acesso ao título. O investimento mínimo é de R$ 500 e o máximo de R$ 10 mil. O vencimento do título acontece em 90 dias e o valor só pode ser resgatado ao final desse prazo.
3. Next: CDB vence em 30 dias
O prazo do CDB oferecido pelo banco digital do Bradesco é o mais curto do mercado para quem busca 200% do CDI. O título vence em trinta dias, que também é o tempo de disponibilidade do CDB. É possível investir de R$ 100 a R$ 5.000 e a aplicação só pode ser acessada por quem é cliente do next. Correntistas do Bradesco não contam.
Mas afinal, vale a pena?
O rendimento do CDB tem como referência a taxa do CDI, títulos usados nos empréstimos entre bancos e que acompanha a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 4,25% ao ano. Mas, descontada a inflação, a rentabilidade do CDB, mesmo pagando 100% do CDI, é negativa. Com uma remuneração de 200%, o retorno é positivo, mesmo com a cobrança de 22,5% de Imposto de Renda no resgate da aplicação.
Como o prazo do investimento é inferior a 180 dias, o investidor paga a alíquota máxima de IR para renda fixa. "Mesmo pagando o imposto mais caro no vencimento do título, um CDB que paga 200% do CDI rende mais do que o Tesouro Selic e muito mais do que a poupança", afirma Fernando Savioli.
Funciona para a reserva de emergência?
O investidor precisa estar atento à possibilidade de resgate do valor investido antes do vencimento do CDB.
"Geralmente os títulos que pagam acima de 120% do CBD não têm liquidez diária e não são recomendados como reserva emergencial", afirma Júnior Monteiro, consultor de investimentos e sócio da Six Capital.
Monteiro recomenda os títulos para quem tem uma reserva de emergência alocada em outro investimento de liquidez diária e pode esperar o vencimento do CDB. Algumas instituições cobram também IOF quando o valor investido no título é resgatado antes de 30 dias.
Ele também chama atenção para as contas remuneradas de algumas fintechs, que oferecem retorno de mais de 200% do CDI ao correntista. Monteiro explica que o risco é maior, pois os recursos não são cobertos pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que protege o investidor caso a instituição quebre.
"Na prática, a diferença entre 220% e 200% de rendimento é muito pequena. Não compensa o risco de investir numa instituição que não tem tanta credibilidade", afirma o consultor de investimentos.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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