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Magazine Luiza decepcionou? Analistas apontam 7 ações para ficar de olho

Magalu: as ações da empresa desvalorizaram 81,21% nos últimos 12 meses. Vale tirar da carteira de investimentos? - Divulgação
Magalu: as ações da empresa desvalorizaram 81,21% nos últimos 12 meses. Vale tirar da carteira de investimentos? Imagem: Divulgação

Paula Pacheco

Colaboração para o UOL, de São Paulo

30/05/2022 04h00Atualizada em 06/06/2022 11h49

A performance do Magazine Luiza (MGLU3) no mercado de ações tem decepcionado analistas e investidores. Nos últimos 12 meses, os papéis desvalorizaram 81,21% -- mesmo com a alta na última quinta-feira. Desde julho do ano passado, a empresa vem perdendo fôlego na Bolsa. Nesta segunda-feira (6) a ação operava em baixa de 2,23%, a R$ 3,51 por volta das 11h30.

Para analistas ouvidos pelo UOL, não é o momento de se desfazer das ações da companhia. É preferível manter os papéis em carteira até o preço se recuperar -- o que não deve acontecer em 2022.

No entanto, para quem busca alternativas à varejista, há empresas na Bolsa que podem ser mais atraentes por atuarem em setores menos suscetíveis ao momento econômico do país e apresentarem um bom potencial de valorização. Confira logo abaixo.

Ainda vale a pena investir em Magalu?

Sobre Magazine Luiza, a conhecida Magalu (MGLU3), e outras empresas do seu segmento — como Via (VIIA3) e Americanas (AMER3) —, Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, afirma que o momento é ruim para o investidor que quer adquirir seus papéis. Margens comprimidas e taxa de juros elevadas têm dificultado a operação.

Além disso, concorrentes internacionais, como Shopee, Shein, AliExpress e Amazon, têm se posicionado com maior variedade de produtos, mais fornecedores e, em muitos casos, preços mais baixos. Por isso, a recomendação do estrategista da RB Investimentos é neutra para os papéis do Magalu.

A recomendação de uma posição neutra quer dizer que, se o investidor já tem ações da companhia, é melhor mantê-las, ou seja, nem aumentar nem vender.

Analista de Research da Ativa Investimentos, Lívia Rodrigues não vê melhorar no horizonte da varejista neste ano. Assim, sua recomendação também é neutra para Magalu.

Além do impacto das taxas de juros mais altas, a especialista cita o problema do elevado endividamento das famílias brasileiras, o que afeta a venda de bens duráveis, principal segmento do Magazine Luiza.

Head de análise na Toro Investimentos, Lucas Carvalho tem a mesma opinião dos colegas: quem tem ações do Magazine Luiza deve manter posição neutra. O ano de 2022 será, segundo o especialista, muito desafiador para as empresas de bens duráveis.

Dados do IBGE mostram, segundo ele, que, quando se olha as vendas no varejo, o que se vê é que o segmento de móveis e eletrodomésticos tem apresentado forte retração —justamente as linhas nas quais o Magazine Luiza tem forte exposição.

"A previsão de recuperação vai depender do cenário macroeconômico, de uma inflação que pode arrefecer e uma taxa de juros que pode voltar a cair. Mas este não é o cenário para 2022. O investidor que tem a ação deve ter muita paciência e resiliência. Acredito que em 2023 os ares poderão estar melhores para o setor de varejo de bens duráveis", diz Carvalho.

Também com recomendação neutra para Magalu, Victor Bueno, analista da Nord Research, diz não ver perspectivas de retomada no curto e médio prazo. No longo prazo, no entanto, a recuperação pode acontecer, dependendo do crescimento e das melhorias em seu ecossistema.

Como identificar boas oportunidades

Cruz faz algumas ressalvas ao investidor que está em busca de boas oportunidades entre as companhias negociadas em Bolsa.

"Olhar para o valor da ação friamente não é a melhor forma de análise, porque pode mascarar, positiva ou negativamente, um valor da empresa. O número estar alto não significa que ela está cara e estar baixo não quer dizer que esteja barata. Não é a melhor forma de chegar a um valuation correto da empresa", declara.

Valuation é o cálculo feito para estimar o valor real de uma empresa no mercado e determinar se o preço da sua ação está atrativo.

Cruz exemplifica. A Eletrobras, cotada na faixa dos R$ 44, anunciou recentemente a sua capitalização. Abre-se aí um leque gigante de oportunidades para a empresa e não significa que esteja cara. Já a Vale custa R$ 84, mas a maior parte dos analistas avalia que o preço justo seria entre R$ 110 e R$ 120, diz o estrategista.

Veja análises de algumas ações

1. Itaúsa (ITSA4)

Das companhias com preços mais baixos, o executivo da RB Investimentos cita a Itaúsa (ITSA4) como uma boa oportunidade. Isso porque a ação está em torno de R$ 10 e tem um potencial muito bom por ser bem gerida e ter várias empresas sob o seu guarda-chuva. "É importante olhar sob essa ótica, não para o número especificamente", diz.

2. Grupo Soma (SOMA3)

Grupo Soma (SOMA3), do qual fazem parte marcas como Animale, Farm, Maria Filó e Hering, entre outras, é recomendado pelos entrevistados. Isso porque é uma marca voltada a um público com um poder aquisitivo um pouco mais elevado do que a Magalu.

A ação tem oscilado entre R$ 11 e R$ 12.

3. Arezzo (ARZZ3)

Pelo mesmo motivo da indicação do Grupo Soma — isto é, por focar em um público com poder de compra mais elevado —, a marca Arezzo (ARZZ3) também se consagra entre as recomendações dos especialistas. O preço da ação está por volta de R$ 81.

4. Lojas Renner (LREN3)

Outra indicação dos analistas é investir em ações das Lojas Renner (LREN3) por causa do seu valuation e sua política de expansão no interior, além de ter conseguido avançar na multicanalidade das vendas (além dos ganhos com seu braço financeiro).

A ação tem variado entre R$ 26 e R$ 27 nos últimos dias.

5. JHSF (JHSF3)

Como alternativa, o head de análise da Toro sugere os papéis da JHSF (JHSF3), companhia que tem uma atuação diversificada (com shoppings, incorporação e aeroportos) e é mais voltada à alta renda. A ação tem performado entre R$ 6 e R$ 7 ultimamente.

6. Petz (PETZ3)

Para quem busca oportunidade de ganhos com outros papéis, Bueno, da Nord, sugere, por exemplo, a rede Petz (PETZ3), que tem aproveitado a mudança de comportamento da população (como as relações mais humanizadas com os animais de estimação e a postergação dos planos para ter filhos) para avançar.

Com 7% de participação num mercado muito pulverizado, a empresa, segundo Bueno, tem planos fortes de crescimento.

Atualmente os papéis da Petz têm sido negociados a cerca de R$ 12, enquanto a Magalu está na faixa de R$ 3,50. "É melhor comprar uma ação do Petz, por causa do seu potencial de crescimento, do que quatro ações do Magalu", diz.

7. Vivara (VIVA3)

Em relação à Vivara (VIVA3), Bueno afirma que "seu segmento, por ser de luxo, é menos sensível a questões macroeconômicas e não depende de promoção de produtos". A ação tem custado entre R$ 24 e R$ 25 nos últimos dias.

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