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Magalu cai 1,57%; ainda vale a pena apostar nas ações?

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

15/06/2022 15h10

No pregão desta quarta-feira (15), com várias varejistas subindo, a ação do Magazine Luíza (MGLU3) se recuperava um pouco com alta de 1,18%, para R$ 2,57, às 12h50. Mas, pouco depois, às 15h08, já caía 1,57%, sendo vendida a R$ 2,50.

Em 2015, as ações do Magalu chegaram a custar meros R$ 0,03. Mas a empresa cresceu, digitalizou suas atividades, fez aquisições e em novembro de 2020, com a explosão do varejo digital durante a pandemia, a ação subiu mais e atingiu R$ 27,42. Foram 91.300% de valorização em cinco anos. Isso fez muita gente se deslumbrar com o papel e por isso, até hoje, ele é um dos mais negociados da Bolsa de Valores de São Paulo.

Mas ainda vale a pena comprar Magalu?

Só este ano, o ativo perdeu 61% de seu valor. Nos últimos 12 meses, quem comprou R$ 100 em ações da empresa hoje tem só R$ 13 (perda de 87%).

A valorização de hoje não é suficiente para fazer Magalu voltar a operar no azul, segundo Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos. "Enquanto não terminar esse ciclo em que estamos vivendo de aperto monetário, o papel não vai reagir", diz ele.

Nos tempos em que a ação da Magalu disparava mais de 1.000% ao ano, a taxa de juros estava em queda. No início de 2016, os juros básicos da economia nacional estavam no patamar de 14,5% ao ano. Em agosto de 2020, a taxa caiu para 2%.

E com juros em alta, as famílias compram menos. E gastam menos ainda se as compras que precisam fazer precisam ser parceladas. É aí que Magalu perde.

Além disso, nos tempos em que a ação subia, a empresa não tinha a concorrência que tem agora. Não havia no mercado nacional a Amazon, o Mercado Livre não era a força que é agora e, principalmente, não existiam os sites e aplicativos chineses que vendem de tudo, como a Shopee, o Alibaba e a Shein.

E tem ainda a sofrência das lojas físicas. Ao contrário do online, as vendas nas unidades de rua e shopping caíram 23% no último trimestre de 2021.

E o que fazer com as ações?

"A ação da Magalu cresceu muito. Junto com a empresa. Mas o papel também foi muito esticado e isso vem sendo corrigido", diz Fred Nobre, líder da área de análise da Warren. Para a casa de análises, esse movimento tende a permanecer em evidência nos próximos trimestres, sem uma perspectiva clara de melhora.

Para ele, não é bom ter Magalu na carteira. "As empresas que mais sofrem nesse momento pelo qual estamos passando são as cíclicas e as com grande expectativa de crescimento — e Magalu é tudo isso", afirma ele. As empresas cíclicas são aquelas que dependem somente da atividade domestica, sem exportação ou renda vinda do exterior.

Mas Crespi, da Guide, ainda acredita na empresa. "Acho que vale a pena, sim." Porém, não espere valorização para agora. "Dentre todas as varejistas nacionais, Magalu é a que tem a melhor gestão. E além disso, não acredito que ainda haja mais espaço para queda na ação", afirma.

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