Ação da Camil depende menos de arroz com feijão e pode crescer
Dois bancos, o Santander e o Itaú BB, classificaram recentemente a ação da gigante do ramo de alimentos Camil (CAML3) como uma boa compra. Hoje, os ativos da companhia estavam custando R$ 10,72, negociadas com leve alta de 0,37% por volta das 14h.
Após três anos sem mexer na classificação da empresa, o Itaú BBB elevou o preço alvo da ação de R$ 11 para R$ 13 na semana passada porque, segundo o banco, "os negócios recém-adquiridos começam a crescer e surgem oportunidades de crescimento inorgânico". Se alcançado esse preço alvo, a Camil teria uma valorização de 23%.
O banco chama atenção para o fato de que as ações da Camil podem ser um ativo resistente num contexto de "consumo incerto e aumento da inflação de alimentos no Brasil", já que seu retorno é "historicamente estável".
A Camil é normalmente conhecida por ser uma marca de arroz e feijão. Mas resolveu crescer. Em setembro do ano passado, a gigante do ramo de alimentos Camil (CAML3) comprou a Cafés Seleto da Jacobs Douwe Egberts Brasil. No mês anterior, já havia adquirido a Santa Amália, de massas.
Com as aquisições, segundo o BBA, a participação do arroz, que foi responsável por 27% da receita consolidada da Camil em 2017, deverá cair para 25% até o fim de 2022. "Esperamos que essa participação caia ainda mais, para 24% até 2023, acompanhando o crescimento dos novos negócios", publicou o banco em relatório para acionistas.
O problema é que essa menor dependência do arroz para a Camil aconteceu num período em que o preço do alimento subiu 90% (de 2017 a 2021). Mesmo assim, o BBA avalia que, ao se tornar uma companhia mais diversificada, a Camil sai ganhando.
Já o Santander acaba de iniciar a cobertura da ação da empresa, com recomendação de compra e preço alvo de R$ 14,60, o que significa um potencial de alta de 48,4% ante o último fechamento. Para o banco, o fato de a empresa oferecer produtos básicos da alimentação do brasileiro representa uma vantagem de resistência frente à escalada da inflação.
E qual é o risco de investir?
O fato de a empresa ser nova na Bolsa (a abertura de mercado foi feita em 2017) ainda afeta a liquidez das ações - ou seja, não é todo mundo que deseja comprar.
O volume de negociação de Camil nos últimos 90 dias é de R$ 12 milhões diários em média. Outras empresas do universo de cobertura do BBA, por exemplo, têm uma movimentação diária de R$ 150 milhões diariamente. Isso pode se tornar um risco se o mercado de ações se deteriorar. Ou seja, a ação cai mais que as outras.
Outro risco é o aumento das taxas de juros no Brasil. A Camil tem a maior parte de sua dívida financeira atrelada à taxa Selic.
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