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Esta ação pode subir 44% em um ano graças à inflação; vale a pena?

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

07/07/2022 15h09

Nem todas as ações de varejo estão em queda, segundo análise do banco americano Goldman Sachs. Ao contrário das redes que dependem de crédito para vender, o setor de supermercados vai muito bem, ainda mais considerando o desempenho dos atacarejos, que misturam atacado e varejo e costumam ter preços mais em conta para os consumidores que outros modelos de mercado.

Com a inflação em alta, mais consumidores buscam esse modelo - e o Carrefour é dono de 72% das vendas em atacarejo no país. Por isso, o Goldman Sachs retomou recomendação de compra para a rede de supermercados Carrefour (CRFB3). O banco estima que, em 12 meses, o preço da ação (hoje em R$ 17,26, com alta de 2,49% por volta das 12h40) possa chegar a R$ 24,20 - uma valorização de 44%. O banco incluiu agora a aquisição do Grupo BIG Brasil, concluída no mês passado.

O Carrefour, que é dono também da rede Atacadão, é o maior varejista de alimentos do Brasil, com mais de 900 lojas em vários formatos (de pequenos supermercados de bairro a grandes atacarejos) e uma participação de 17,7% num mercado que movimenta R$ 589 bilhões ao ano. Seu maior concorrente, a rede Assai, tem 7,7% de participação.

Com cerca de 72% das vendas do atacarejo no país, o Carrefour transfere para suas ações uma certa proteção contra a inflação, já que em busca de fugir da alta de preços muitos consumidores recorrem a esse canal de compras.

Para o GS, a valorização de 44% deve ser impulsionada pela produtividade e ganhos nas grandes lojas adquiridas com a rede Big, ex-Walmart, e também pelos ganhos da união entre as duas redes, como a combinação da cadeia de suprimentos.

A rede Big tem 374 lojas. Com a integração das duas empresas, o Goldman Sachs espera um aumento de 29% em vendas brutas. Para o GS, essa integração é um grande desafio para o Carrefour. Mas a empresa já tem experiência nisso, pois fez a aquisição de 30 lojas do Makro em fevereiro de 2020, por R$ 1,95 bilhão. A administração espera gastar R$ 2,1 bilhões em despesas com a integração.

E o que dizem outras empresas?

A XP é mais conservadora em relação à ação. Sua recomendação é neutra, melhor não comprar, nem vender. Para a corretora, pesam "um custo de capital mais elevado devido ao aumento das taxas de juros", além dos custos da incorporação do Grupo BIG.

Para o BTG, porém, é uma boa compra. "O Grupo Big pode adicionar R$ 5,90 por ação ao papel do Carrefour", publicou o banco, que tem preço alvo de R$ 26 para o ativo.

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