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Musk desistiu do Twitter, mas você pode comprar um pedacinho. É uma boa?

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/07/2022 13h05

O homem mais rico do mundo, o sul-africano Elon Musk, desistiu de comprar o Twitter (TWTR). Mas você pode comprar uma parte da empresa. O problema é: vale a pena?

Nesta segunda-feira (11), as ações da rede social chegaram a cair 7,2%, para US$ 34,17, que poderia levar a perdas de US$ 2 bilhões em valor de mercado. Às 11h20 de Brasília, a queda era um pouco menor, de 6,2%, para US$ 34,30.

A ação do Twitter já chegou a custar quase o dobro: em fevereiro do ano passado, foi negociada a US$ 72,28. O desconto pode fazer o investidor acreditar que essa é uma hora boa para compra. Mas não é o que diz o analista Guilherme Zanin, da Avenue Capital.

Qual é o risco?

"O problema é que a ação do Twitter ficou dependente de um único evento", diz ele. Ou seja, só essas negociações, a dissolução do acordo e, daqui para frente, as discussões sobre processos na justiça e a multa por quebra de contrato fazem o preço variar. Os fundamentos da empresa, seus investimentos - tudo isso fica num segundo plano, bem distante.

"Quando isso acontece, o risco do ativo aumenta muito e eu não aconselho. Acho que é difícil prever o que pode acontecer", diz Zanin.

Bilionário desistiu da compra

O bilionário, dono de US$ 228 bilhões, comprou 9,2% das ações da rede social em abril e tinha a intenção de comprar a plataforma por US$ 44 bilhões. Cerca de metade desse valor, US$ 21 bilhões, viriam do próprio bolso de Musk.

Porém, ele desistiu da compra na sexta-feira, 8, em carta publicada no site da SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos. A empresa reagiu, anunciando que irá entrar com um processo contra o empresário para que ele finalize a aquisição.

O Twitter, conforme agências internacionais, anunciou esta manhã que contratou o escritório especializado em fusões Wachtell, Lipton, Rosen & Katz para processar Musk pela desistência da aquisição. A rede social quer o pagamento da multa de R$ 1 bilhão por quebra de contrato.

Musk acusa o Twitter de não ter revelado o dado correto do número de usuários, que teria um total de robôs e de "spam" na plataforma muito maior do que a companhia divulgou.

A briga continua - e isso é ruim para as ações

A fortuna de Musk chegou a um pico de US$ 340 bilhões em novembro de 2021 e vem caindo desde então. As ações do Twitter também estão em queda com a disputa.

O bilionário, porém, parece não se importar. Na própria rede social, ele publicou uma imagem em que aparece rindo da situação, dizendo que, agora, a empresa terá que abrir as informações que ele havia solicitado no processo judicial.

Mas e se eu quiser comprar?

Quem, mesmo assim, achar que é uma boa comprar as ações, pode fazer o investimento de duas maneiras.

A primeira é comprando recibos de ações do Twitter, que qualquer corretora no Brasil pode vender. São as chamadas BDRs (Brazilian Depositary Receipt).

Hoje, as BDRs do Twitter (TWTR34) estão queda de 5,40% a R$ 91,84. No ano, elas já perderam um quarto do valor e, em 12 meses, desvalorizaram metade de seu preço. Em fevereiro de 2021, por exemplo, quando atingiram seu pico, elas custavam R$ 224.

Uma segunda opção para investir na empresa é abrir uma conta internacional e comprar diretamente a ação na Nasdaq, a Bolsa americana de ações de tecnologia. Algumas empresas, com a Avenue Capital e a XP Securities, fazem isso. Nesse caso, a operação tem mais liquidez (é mais fácil de vender) e não há retenção de uma parcela dos dividendos pela corretora, que podem ser de até 5%.

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