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Ação do Burger King dispara com proposta de compra; vale investir?

A Zamp tem 894 unidades do Burger King e 53 do Popeyes - Divulgação
A Zamp tem 894 unidades do Burger King e 53 do Popeyes Imagem: Divulgação

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/08/2022 13h48

As ações da Zamp (BKBR3), atual denominação da BK Brasil, dona da rede de lanchonetes Burger King, estão em disparada na Bolsa de Valores nesta segunda-feira (1). Subiam 18,18%, para R$ 7,38 por volta das 13h, depois que um fundo internacional fez uma oferta para comprar a empresa.

Conforme anunciou a empresa ao mercado hoje mais cedo, o Mubadala Capital, de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, lançou oferta pública de aquisição de ações, conhecida no mercado como OPA, para comprar 45,15% das ações de emissão da companhia, ao preço de R$ 7,55 por ação.

Como o Mubadala já é acionista da Burger King, eles terão 50,10% do capital social e serão o maior acionista da empresa caso a proposta seja aceita. No total, o fundo pode pagar cerca de R$ 938,6 milhões pela dona da rede de fast food. E vale comprar Burger King agora? Veja análise abaixo.

O que vai acontecer agora? A Zamp informou que o conselho de administração da companhia está avaliando a proposta e quais seriam os impactos dessa aquisição junto com seus assessores. A empresa vai divulgar ao mercado um parecer prévio em até 15 dias desta data, ou seja, no dia 15 de agosto.

O Burger King é um bom negócio? A empresa tem 894 restaurantes da marca Burger King e 53 da marca Popeyes. Desde 2020, a empresa só acumula perdas. O prejuízo acumulado é de R$ 585,8 milhões de reais. No dia 11 de agosto, a empresa apresenta seus resultados do segundo trimestre deste ano.

As lanchonetes Burger King e Popeyes, que também são da rede, tiveram um prejuízo líquido de R$ 31,3 milhões no primeiro trimestre deste ano, 80,7% menor que as perdas de R$ 162,4 milhões reportados no mesmo período de 2021.

A receita líquida somou R$ 801,2 milhões de janeiro a março, um crescimento de 42,4% no comparativo anual, graças ao aumento gradual do fluxo de pessoas nos shoppings centers e bom desempenho de vendas pelos canais digitais da companhia.

Burger King agora é Zamp? Desde maio, a empresa tem uma nova marca. Ao retirar as siglas BK da marca corporativa, a ideia é se descolar de sua principal operação de lanchonetes, responsável pela maior parte das vendas e das lojas.

A companhia trouxe ao país, em 2018, a cadeia de lanchonetes Popeyes, da Restaurant Brands International (RBI), controlada pela 3G Capital (a holding de investimentos de Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles, Carlos Alberto Sicupira, alguns dos maiores bilionários brasileiros).

O que deve acontecer com as ações? Devo investir? Até que a Zamp emita o seu parecer, as ações da empresa poderão se tornar uma gangorra, subindo e caindo alternadamente, segundo Pedro Galdi, da Mirae Asset. Por isso, recomenda ele, comprar ações que estão nessa situação nunca é uma boa opção.

Para ele é difícil que a ação suba mais no longo prazo. Ao contrário, no fim das contas, ela pode entregar um pouco dessa alta que sofre hoje ao longo desse período. Mas a companhia é bem fundamentada e vinha se recuperando da pandemia, diz Galdi.

As ações do BK Brasil, que não estão no Ibovespa, vinham bem este ano: passaram de R$ 5,82 em 3 de janeiro para R$ 6,22 em 31 de julho, último dia antes desse anúncio, uma alta de 6,87% Mesmo assim, ainda estão longe do pico. Em 12 meses, a ação perdeu 30% do valor.

E quem é o Mubadala Capital? O fundo é o braço de gestão de ativos do fundo soberano de Abu Dhabi. O presidente do fundo é o sheik Mohammed bin Zayed, príncipe herdeiro do país.

Em todo o mundo, o fundo tem cerca de US$ 284 bilhões em ativos, ou seja, em participação de diversas empresas em setores tais como aeroespacial, agronegócio, semicondutores, metais e mineração, tecnologia farmacêutica e médica, energia renovável e serviços públicos, além do gerenciamento de diversas holdings financeiras.

O fundo já investe no Brasil? O Mubadala estabeleceu sua presença no país em 2014, mas já investia por aqui desde 2012. Já aplicou US$ 5 bilhões no país, em empresas de concessões rodoviárias, mobilidade urbana, petróleo e gás e educação superior, entre outros.

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