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Camil vai além do arroz e feijão, compra Mabel, e pode valorizar até 80%

Camil, que está concentrada em arroz, feijão e massas, entra no segmento de biscoitos - iStock
Camil, que está concentrada em arroz, feijão e massas, entra no segmento de biscoitos Imagem: iStock

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/08/2022 15h15

A empresa de alimentos Camil (CAML3) anunciou hoje cedo a compra da marca Mabel, que pertencia à Pepsico. Com isso, a empresa que é concentrada em arroz, feijão e massas, entra no ramo de biscoitos. O valor do negócio não foi informado.

Mas o mercado gostou do movimento e aposta que a ação pode valorizar até 80% em 12 meses. Às 15h, a ação subia 4,27%.

Na transação, ficou acertado também que a Camil vai poder usar a marca Toddy em "cookies". As marcas Mabelo, Doce Vida, Mirabel, Elbi's e Pavesino, além da Mabel, agora pertencem à Camil, que também passa a controlar duas fábricas, em Aparecida de Goiânia (GO) e Itaporanga D'Ajuda (SE), com aproximadamente 800 funcionários.

O que mais afeta a ação?

O preço do trigo, que subiu muito no mercado internacional, prejudicou a empresa. A companhia teve queda de 10,5% no lucro líquido no segundo trimestre de 2022, chegando a R$ 96,8 milhões, resultado impactado pelo aumento dos juros nos últimos 12 meses. A receita líquida atingiu R$ 2,397 bilhões, 6,2% a mais na comparação com igual período de 2021.

Houve um crescimento de 33% anualmente do lucro antes de impostos, taxas, depreciações e amortizações (Ebitda), que alcançou R$ 245 milhões.

Com isso, e a perspectiva de uma recuperação dos preços praticados no mercado de açúcar e feijão, compensando a queda de volumes e preços do arroz, as ações começaram a reagir. Nos últimos 30 dias, houve alta de 9,2% no ativo.

E vale a pena comprar Camil agora?

Para a casa de análises Eleven, a estratégia da companhia, baseada na recuperação do ambiente de consumo e no crescimento por meio de aquisições para diversificação de portfólio e expansão geográfica é positiva. Por isso, a Eleven tem recomendação de compra para CAML3 com preço alvo de R$ 20 e um potencial de valorização de 80% em 12 meses.

Desde o começo do ano, os papéis da Camil acumulam perda de 7,19%, cotados hoje a R$ 10,51.

Para a XP, também é uma boa ação. "Além do crescimento nos mercados internacionais, a empresa tem sólidas oportunidades de desenvolvimento após as aquisições no segmento de massas e com o relançamento do café União, marca icônica para o consumidor brasileiro", divulgou a corretora, em documento para acionistas.

A XP tem recomendação de compra, com preço alvo de R$ 14 e potencial de valorização mais modesto, de 35,92%.

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