Gol, Azul, Natura estão entre os 10 maiores prejuízos no 2° tri; e agora?
As companhias aéreas Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4), a empresa de imóveis BR Properties (BRPR3), a fabricante de plásticos Braskem (BRKM5) e o Grupo Natura (NTCO3), de cosméticos são as empresas que tiveram o pior resultado no segundo trimestre de 2021. Juntas, elas somam quase R$ 9 bilhões em prejuízos.
Não foram só essas empresas que ficaram no vermelho, conforme um levantamento feito pelo aplicativo TradeMap, que analisou o resultado das 389 empresas listadas na B3 com dados de balanços disponíveis dos segundos trimestres de 2022 e 2021. Desse total, mais de um terço — 132 companhias — tiveram prejuízo. No mesmo período de 2021, foram 89 empresas.
Veja quais foram as empresas com as maiores perdas no segundo trimestre deste ano e o que fazer se você tem ações dessas empresas.
As dez companhias que tiveram os piores prejuízos no período foram:
- Gol (GOLL4) - R$ 2,85 bilhões
- Azul (AZUL4) - R$ 2,48 bilhões
- BR Properties (BRPR3) - R$ 1,47 bilhão
- Braskem (BRKM5) - R$ 1,41 bilhão
- Grupo Natura (NTCO3) - R$ 766 milhões
- Paranapanema (PMAM3) - R$ 562 milhões
- BRF (BRFS3) - R$ 559 milhões
- Copel (CPLE6) - R$ 536 milhões
- GP Invest (GPIV33) - R$ 479,9 milhões
- IRB Brasil (IRBB3) - R$ 373 milhões
O que aconteceu para essas empresas terem tanto prejuízo? Em geral, o problema que afetou a maioria das empresas foram a inflação e os juros altos, que fizeram os custos de produtos ou serviços vendidos, além das despesas, financeiras e operacionais, subirem muito.
Gol e Azul: Os custos significativamente maiores no período, principalmente pelo dólar valorizado e alta cotação do petróleo em alta no mercado internacional prejudicaram as finanças de ambas empresas, dizem Régis Chinchila e Luis Novaes, da equipe de análise da Terra Investimentos.
Para a Terra, a recomendação para a ação das duas companhias é neutra, melhor não comprar, nem vender.
BR Properties: Diferentemente das outras empresas, operacionalmente a empresa teve um bom trimestre. Mas sofreu por conta da venda de portfólio: em maio, a companhia vendeu 12 imóveis comerciais da empresa em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília para a Brookfield.
A Ativa está revisando a recomendação para empresa. O BTG recomenda compra, com previsão de valorização até R$ 15. Hoje, a ação custa R$ 8,33.
Braskem: O volume de vendas caiu devido à demanda e preços menores no exterior.
Além disso, a empresa fez provisões bilionárias - guardou dinheiro em caixa - para reparações pelo acidente que aconteceu em Alagoas. A extração de sal-gema em Maceió provocou uma falha geológica, durante cerca de quatro décadas. Com isso, houve o afundamento de quatro bairros na capital alagoana em 2018, o que afetou mais de 50 mil pessoas. Os brasileiros levaram o processo para a Holanda, onde fica a subsidiária europeia da empresa, pois afirmam que no Brasil não receberam as compensações devidas.
Em 21 de setembro, a Corte Distrital de Roterdã vai definir se a Holanda tem jurisdição sobre os danos causados pela mineração de sal-gema no Brasil.
A recomendação da Ativa ainda é de compra com preço alvo em R$ 55. Hoje a ação custa R$ 32,92.
Grupo Natura: Os resultados internacionais pioraram. A Natura viu sua receita líquida com a Avon International cair 25,4%, para R$ 1,6 bilhão. Na The Body Shop, o faturamento caiu 25,3%, para R$ 909,4 milhões. As vendas só aumentaram na América Latina, com uma pequena alta de 0,4%, para R$ 5,5 bilhões.
A Ativa recomenda compra, acreditando que a ação pode passar dos atuais R$ 15,31 para R$ 25.
Paranapanema: O problema aqui foi a variação cambial, que aumentou a dívida da empresa, que explora e vende cobre. A maior parte das casas de analise não recomenda a compra.
BRF: Foi a empresa que mais se desvalorizou na Bolsa após a divulgação do prejuízo, com queda de 12% no dia seguinte aa divulgação. "Isso demonstra que a companhia precisaria rever sua gestão financeira ou aumentar sua receita para compensar tais despesas", diz Chinchila. Mesmo assim, a Ativa recomenda compra, compra com preço alvo em R$ 20. Atualmente, o papel custa R$ 16,82.
Copel: A empresa de energia sofreu com despesas maiores pela escalada de inflação no primeiro semestre e provisões relacionadas as devoluções de PIS e Cofins para os consumidores. A recomendação da Ativa é de compra com estimativa de a ação passar de R$ 7,15 para R$ 9.
GP Invest: A empresa, que tem participação na Estácio e na Magnesita, sofreu com a desvalorização do portfólio. A maioria das casas está revisando a estimativa para o papel.
IRB Brasil: A resseguradora sofreu porque teve que pagar mais prêmios para as seguradoras. Também teve mais sinistralidade, que são os eventos que uma seguradora precisa cobrir. A recomendação da Ativa é neutra.
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