Enel vende distribuidora em Goiás para Equatorial, e ação sobe

A Equatorial Energia (EQTL3) fechou a compra da distribuidora de energia Celg-D, da Enel, em Goiás, por R$ 1,58 bilhão e assumindo uma dívida de R$ 5,7 bilhões, conforme fato relevante publicado nesta sexta-feira (23).
Com isso, as ações da Equatorial subiam 7,67% por volta de 12h30, chegando a R$ 26,95. Na bolsa de Milão, onde a Enel tem seus papéis negociados, os ativos da companhia desvalorizam 3,74%, caindo para 4,65 euros.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, disse que a venda aconteceu porque a Enel não estava prestando um serviço de qualidade. "Exigimos que [a Enel] cumprisse tudo aquilo que havia assinado no contrato no momento da compra da Celg. Como eles tinham um contrato por cinco anos, vimos que eles foram prorrogando dia a dia. Mas estávamos ali insistindo, cobrando mais. Quando eles viram que ia para a caducidade, ou seja, o cancelamento do contrato, eles rapidamente venderam para a Equatorial", afirmou Caiado.
A Enel comprou a a Celg-D em 2018 e, desde então, fez investimentos de ao menos R$ 5 bilhões. Mesmo assim, os apagões no estado eram frequentes. Em março, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou um ranking de desempenho das distribuidoras de energia em 2021. A Enel em Goiás era a terceira pior empresa.
Em nota, a Aneel divulgou que transferências desse tipo têm que ser aprovadas por ela. A conclusão da aquisição também precisa da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Como ficam as ações?
Para a Equatorial, apesar de ter que assumir a divida da Enel, o negócio foi positivo, avalia Virgilio Lage, especialista da Valor Investimentos. "Assumindo essa dívida, a companhia aumentou seu risco. Mas, por outro lado, ela aumentou muito sua área de negócios e como é uma empresa saudável, avaliamos que essa aquisição foi muito positiva", diz ele.
Por isso, os papéis da Equatorial têm classificação de compra por boa parte das casas de análises, bancos e corretoras, como o BTG, o Safra, a XP. Mas com a aquisição, os analistas estão refazendo suas projeções de preço alvo para a ação.
No segundo trimestre deste ano, a Equatorial teve lucro líquido de R$ 197 milhões, uma queda de 55,8% na base de comparação anual.
Mas em fevereiro deste ano, a companhia conseguiu levantar R$ 2,78 bilhões em uma nova oferta de ações que fez no mercado, aumentando o capital social da companhia para R$ 7,47 bilhões.
Assim, o mercado considerou o valor pago pela empresa na aquisição como justo, avaliam Régis Chinchila e Luis Novaes, da Terra Investimentos
"O prazo de 12 meses para o pagamento da dívida da Celg-D pode tornar o preço da negociação maior, mas ainda assim, espera-se que o caixa de R$ 9,830 bilhões seja suficiente para arcar com o custo inicial e eventuais aditivos que possam surgir", analisam Chinchila e Novaes.
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