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Ações do Itaú sobem após banco registrar maior lucro do setor na história

As ações do Itaú Unibanco tiveram alta nesta quinta-feira (6) após a divulgação do balanço do quarto trimestre de 2024 do grupo. O banco registrou um lucro de R$ 41,4 bilhões no ano passado, o maior entre empresas do setor financeiro brasileiro na história.

O que aconteceu

Os papeis do Itaú terminaram o atual pregão em alta. O papel ordinário (ITUB3) subiu 0,77%, para R$ 30,27. O preferencial (ITUB4) avançou 0,5%, a R$ 34,28, e foi um dos mais negociados durante o dia. O Ibovespa, índice de referência do mercado brasileiro, ficou praticamente estável aos 126.209 pontos.

O Itaú Unibanco registrou lucro líquido gerencial de R$ 10,884 bilhões no quarto trimestre de 2024, uma alta de 15,8% em relação ao mesmo período de 2023. Ante o terceiro trimestre do ano passado, o crescimento foi de 2%. A estimativa média de analistas consultados pela agência internacional de informações financeiras Bloomberg era de um lucro de R$ 10,9 bilhões no período de outubro a dezembro de 2024.

O lucro do banco cresceu devido ao aumento das margens e das receitas com serviços, enquanto o custo do crédito caiu por causa da queda da inadimplência. O produto bancário do Itaú, que soma as margens com juros e as receitas com serviços, foi de R$ 44,098 bilhões no quarto trimestre de 2024, um crescimento de 7,6% em um ano e de 3,3% em três meses.

A carteira de crédito do Itaú teve uma expansão de 15,5% em um ano, para R$ 1,359 trilhão. Houve crescimento em todos os produtos, com destaque para os financiamentos a grandes empresas, que cresceram 21%. A carteira de micro, pequenas e médias empresas avançou 17,7%.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) no quarto trimestre de 2024 foi de 22,1%, uma alta de 0,9 ponto porcentual em um ano, mas uma queda de 0,6 ponto em três meses. Essa é uma das medidas mais importantes de desempenho de uma empresa.

Confirmando outra expectativa dos investidores, o banco também anunciou um pagamento adicional de R$ 18 bilhões aos acionistas. Desse montante, R$ 15 bilhões serão distribuídos em dividendos e juros sobre o capital próprio e R$ 3 bilhões serão gastos com a recompra de ações no mercado. No final, o Itaú vai totalizar um pagamento de R$ 28,7 bilhões aos seus investidores referente a 2024, 33,8% mais do que em 2023.

Pela manhã, as ações chegaram a recuar um pouco devido à falta de surpresas nessas divulgações. Os investidores na Bolsa costumam fazer suas apostas antecipando as principais notícias e eventos que afetam as companhias. Neste ano, a ação ITUB4 já teve valorização de quase 10%, evidenciando o otimismo do mercado quanto ao banco. A ITUB3, cerca de 11%. Como esse otimismo se comprovou acertado com a divulgação do balanço, muita gente que ganhou com a ação nas últimas semanas aproveitou para embolsar parte dos lucros.

Ao longo do dia, porém, ganhou força o movimento de investidores que esperam que o Itaú repita o bom desempenho em 2025. Essa aposta leva em consideração o fato de que, dos dez maiores lucros anuais de bancos na história, oito foram registrados pelo Itaú. Ou seja, o banco tem tradição comprovada em proporcionar bons retornos para os acionistas.

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Projeções

O Itaú também divulgou projeções (guidance, no jargão do mercado financeiro) para o seu desempenho em 2025. Para a carteira de crédito, a previsão é de um crescimento entre 4,5% e 8,5% ante 2024.

Alguns analistas viram as previsões como tímidas demais, considerando que, em 2024, a carteira de crédito subiu 15%. Mas o presidente do banco, Milton Maluhy Filho, disse em entrevista coletiva à imprensa de manhã que o grupo está confortável com esses números porque refletem as perspectivas atuais do cenário econômico.

Se entendermos que o cenário mudou, nossa capacidade de mudança é rápida, e vamos fazer mudanças que forem necessárias, seja para um lado ou para outro.
Milton Maluhy Filho, presidente do Itaú Unibanco

Os economistas do banco esperam um cenário mais duro para a economia neste ano. A inflação no Brasil segue em tendência de elevação, assim como os juros. Para o banco, a taxa básica de juros Selic deve terminar 2025 em 15,75% ao ano — agora, está em 13,25% a.a. — e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), em 5,8%, bastante acima da meta do governo, que é de 3%, com tolerância de 1,5% para mais ou para menos. A estratégia do banco não será diferente do que foi nos últimos dois anos, segundo seu presidente, mas especialistas dizem que a perspectiva de piora da economia pode motivar o banco a ser mais rígido na concessão de empréstimos — o que explica a previsão de crescimento menor para a carteira de crédito.

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