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Tesouro Direto, CDBs, letras financeiras: momento é da renda fixa

Ativos indexados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) são os melhores para investidores conservadores. Segundo o sócio da RGW Investimentos, Gustavo Jesus, os fundos DI, os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) com liquidez diária são escolhas seguras, que permitem aproveitar o momento elevado dos juros. Esses ativos miram um retorno a curto e médio prazos.

Algumas alternativas

Investimentos prefixados ou atrelados à inflação para investidores de longo prazo. Para Jesus, essas opções estão oferecendo prêmios raramente vistos. São exemplos o Tesouro Prefixado com vencimento para 2028, e o Tesouro IPCA+ com vencimento para 2029. Na terça-feira (11), esses títulos ofereciam retorno de 14,88% e 7,54% mais a inflação.

Renda fixa deve continuar apresentar retornos interessantes com baixo nível de risco. É o que diz Marcel Andrade, head de Soluções de Investimentos da SulAmérica Investimentos. Com o aumento da taxa Selic e uma eventual desaceleração do IPCA ao longo do ano, esse juro real - ou seja, quanto o investidor ganha além da inflação - pode ser ainda maior.

Fundos imobiliários (FIIs) até podem ser opção. Mas o investidor deve saber que esses ativos podem oscilar mais em período de instabilidade econômica, e que o retorno não será a curto prazo, explica o sócio-fundador da Ciano Investimentos, Lucas Sigu Souza. No momento, os FIIs têm preços descontados. Assim, o ideal é ir comprando aos poucos, para aproveitar esse ganho ao longo do tempo.

Quais os riscos de investir em meio a juros elevados?

Juros devem chegar a 15% ao final de 2025. É o que apontam os economistas ouvidos pelo Banco Central. Selic só deve cair em 2026, com a projeção de encerrar o próximo ano em 12,50%. Com isso, a avaliação é que os investimentos na renda fixa devem ajudar a travar taxas elevadas, ainda mais em opções como a Selic ou o CDI.

Aportes constantes podem reduzir riscos. Embora o ambiente atual seja favorável para ter remunerações maiores, tentar acertar o timing pode ser desafiador, diz Ricardo Trevisan Gallo, da Gravus Capital. A dica é sempre colocar uma por mês, para diluir o risco de entrar no mercado em um pico momentâneo.

Liquidez. Antes de investir, é importante verificar se o investimento desejado possui alta liquidez (disponibilidade imediata do dinheiro) e se está alinhado ao seu perfil e necessidade.

Risco de crédito. Para produtos emitidos por instituições financeiras, é importante verificar o quão sólida são essas empresas, especialmente em opções como CDBs, CRIs e CRAs, por exemplo.

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No cenário global, a política econômica dos EUA nesta nova gestão de Trump pode trazer grandes impactos, tanto na dinâmica macroeconômica global quanto em setores específicos, como ocorreu recentemente com a tributação sobre o setor siderúrgico. Internamente, a principal incerteza continua sendo a política fiscal do governo

Gustavo Jesus, sócio da RGW Investimentos

E quais ativos devem ser evitados com a Selic elevada?

Desconfiança sobre contas públicas e crescimento econômico podem limitar ganhos na Bolsa. Mesmo com o potencial de valorização das ações a longo prazo, não é a melhor opção para o momento, diz Jesus, da RGW. Quem já tem uma estratégia definida deve manter sua disciplina e seguir o plano de investimentos, sem tomar decisões baseadas apenas no cenário momentâneo.

FIIs e ações se beneficiam mais de juros baixos. É o que diz Andrade, da SulAmérica. Em outras palavras, são setores que dependem mais do aquecimento da economia. Aportes em ações pedem um prêmio de risco adicional, para que os investidores possam migrar da renda fixa para renda variável. Quando os juros estão em patamar muito elevado, o retorno esperado para uma ação fica mais difícil, completa.

As taxas de juros muito altas aumentam os custos financeiros das empresas, o que pode levar a resultados menos robustos. O mesmo paralelo podemos considerar para o mercado imobiliário, que é mais dependente de financiamento, e os altos níveis de juros podem inibir os clientes a tomarem dívida para financiar novas aquisições, assim como pode afetar os níveis de inadimplência do setor

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Marcel Andrade, head de Investment Solutions da SulAmérica Investimentos

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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