Renda fixa representa 60% dos investimentos brasileiros em 2024, diz Anbima

Ler resumo da notícia
Com a taxa Selic em patamares elevados, os títulos de renda fixa assumiram a maior participação no mercado de investimentos em 2024. Segundo dados divulgados pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o segmento respondeu por 59,2% do total investido pelas pessoas físicas no ano passado.
O que aconteceu
Brasileiros investiram R$ 7,3 trilhões em 2024. O valor aplicado por pessoas físicas é 12,6% maior do que o registrado no ano anterior. O total corresponde aos investidores do varejo tradicional, do varejo de alta renda e do segmento private, aqueles com carteiras com mais de R$ 5 milhões.
Renda fixa lidera os investimentos no ano. Com crescimento de 18% no ano passado, o segmento fechou 2024 com R$ 4,32 trilhões. O total corresponde a 59,2% do total investido pelas pessoas físicas.
Patamar elevado da taxa Selic explica movimento. Luciane Effting, vice-presidente do Fórum de Distribuição da Anbima, afirma que a manutenção da taxa básica de juros acima dos dois dígitos contribui para a guinada da renda fixa.
Os produtos de renda fixa foram os grandes protagonistas em 2024, com a busca dos investidores por segurança, rentabilidade e liquidez.
Luciane Effting
Cenário positivo para a renda fixa deve se repetir. Para este ano, as perspectivas são de manutenção do interesse pelos títulos que lideraram as escolhas em 2024. Ainda assim, Effting recomenda um olhar mais amplo para o mercado. "O investidor também deve estar atento às oportunidades de diversificação do seu portfólio como estratégia para equilibrar risco e retorno", orienta ela.
CDBs e títulos isentos também ganham espaço. Os Certificados de Depósito Bancário cresceram 20,7% e somaram R$ 1,04 trilhão. Já os títulos isentos de imposto de renda, a exemplo de CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio), CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários), LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e LCI (Letra de Crédito Imobiliário) avançaram 15,5%, somando R$ 1,24 trilhão.
Aplicações em renda variável somam R$ 992,2 bilhões. O valor corresponde a um aumento de 1,3% na comparação com 2023. Por outro lado, a aplicação em híbridos, com fundos multimercados, cambiais, imobiliários, ETFs (Exchange Traded Funds) e COEs (Certificados de Operações Estruturadas), caiu 5,8%, totalizando R$ 744 bilhões no ano passado.
Maior interesse por investimentos foi notado em todo o Brasil. O crescimento do total aplicado pelos investidores do Sul foi de 16,8%, para R$ 1,28 trilhão. Na sequência, aparecem as regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, com avanços de, respectivamente, 16,1%, com investimento de R$ 127,6 bilhões, 14,7%, mais R$ 387,6 bilhões, e 13,2%, equivalente à aplicação de R$ 387,6 bilhões.
Sudeste permanece com maior volume financeiro do país. Com a evolução de 11,3% das carteiras de investimento, os investidores da região formada pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo somam R$ 4,84 trilhões.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.