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Xepa da Bolsa: que ações estão com mais desconto?

Com o Ibovespa subindo 5,84% este ano (até 19 de fevereiro), próximo de alcançar novamente os 130 mil pontos, quais são as ações com maior desconto na Bolsa? E quais valem o investimento?

Para descobrir, não é só o preço da ação que conta. A saúde financeira da companhia e o quanto ela lucra pesam muito. Por isso o mercado tem uma fórmula que resume tudo isso a um número.

É a relação Preço sobre Lucro, que é calculada dividindo-se o preço da ação pelo lucro por ativo que a empresa tem. Quanto menor esse número, também conhecido por P/L, teoricamente mais descontada está a ação. No entanto, se o P/L é negativo, significa que a companhia está acumulando prejuízo.

Quais são as mais baratas da Bolsa, pelo P/L?

Considerando-se o lucro das companhias nos últimos 12 meses e o preço das ações em 18 de fevereiro, a lista é a seguinte:

  1. Vibra (VBBR3) P/L 2,2 vezes
  2. Bradespar (BRAP4) P/L 3,5 vezes
  3. Cemig (CMIG4) P/L 4,1 vezes
  4. lsa Energia (ISAE4) P/L 4,7 vezes
  5. Banco do Brasil (BBAS3) P/L 4,7 vezes
  6. Vale (VALE3) P/L 5,0 vezes
  7. Petrobras (PETR4) P/L 5,9 vezes
  8. Cyrela Realty (CYRE3) P/L 6,0 vezes
  9. Gerdau Metalúrgica (GOAU4) P/L 6,0 vezes
  10. Bradesco (BBDC3) P/L 6,2 vezes

Fonte: Economatica

Quais dessas ações vale a pena comprar?

Vibra é uma boa ação para compra, embora haja riscos, segundo a XP. A corretora tem recomendação de compra, com preço alvo de R$ 32,70, o que é uma boa oportunidade, já que a ação vem sendo negociada a R$ 17,80. " A Vibra é a maior empresa de distribuição de combustíveis do Brasil, sua infraestrutura logística tem a maior capilaridade entre seus pares", explica a XP em relatório sobre a companhia. Dentre os riscos estão uma possível futura fusão com a Eneva, que vem sendo especulada pelo mercado há mais de um ano.

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No ano passado, a Vibra teve recuo de 15,75% no preço das ações. Este ano, continua no negativo, em 0,17%, segundo a Economatica.

Para investidores mais conservadores, as empresas de energia são sempre um bom investimento, pois elas têm praticamente um faturamento fixo. É o caso de Cemig e Isa Energia. Outras ações que têm comportamento semelhante e que, por isso, são consideradas defensivas, são Banco do Brasil e até Petrobras, segundo Fernando Bresciani, analista de investimentos do AndBank.

Confira como elas se comportaram em 2024 e em 2025:

  • Cemig (CMIG4) 42,18% e 1,62%
  • lsa Energia (ISAE4) -13,17% e 9,19%
  • Banco do Brasil (BBAS3) -4,04% e 19,40%
  • Petrobras (PETR4) 18,99% e 6,22%
Fonte: Economatica (2025 até 19 de fevereiro)
Petrobras é uma ação que varia bastante conforme o preço do petróleo. Mas no longo prazo é um ativo bem interessante para se ter na carteira, segundo Vírgilio Lage, especialista da Valor Investimentos.
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Vale também é uma boa compra, segundo o Goldman Sachs. "Nossa visão segue sendo de que a Vale está fazendo melhorias de eficiência operacional que ainda não estão sendo refletidas adequadamente em seus múltiplos de preço de ação", publicou o banco em relatório sobre a companhia. Mesmo que o preço do minério de ferro continue em baixa, diz o GS, e que a relação comercial entre Estados Unidos e China seja tumultuada e atividade econômica chinesa não evolua, há "espaço para a Vale recuperar a competitividade."

Mas o ano passado não foi bom para a mineradora, cujas ações tiveram perdas de 22,80% na Bolsa. Este ano, porém, as ações apresentam ganho de 2,09%, segundo a Economatica, até 19 de fevereiro.

Bradespar, por ser acionista da Vale, acompanha de certa maneira o papel. Em 2024, o ativo teve queda de 27,24%, mas este ano está no positivo em 1,63%.

Quais são as estimativas de ganho?

Para o Banco do Brasil, o Itaú BBA prevê um preço alvo de R$ 31. O valor atual está em R$ 27,96. Em relação à Vale, o Goldman Sachs estima ganhos de 64% em 12 meses, mas para o preço da ação em dólar, que passaria dos atuais US$ 9,74 para US$ 16.

Já para Cemig a previsão é de estabilidade. O preço alvo médio do mercado é de R$ 11,87, conforme a Investing.com e o valor atual da ação é de R$ 11,22. O preço alvo médio do mercado para Isa é de R$ 26 e a ação custa atualmente (20 de fevereiro) R$ 23. Bradespar tem uma previsão mais otimista: ação está cotada em R$ 17 e pode chegar a R$ 22,11, conforme a média do preço alvo do mercado apurada pela Investing.com.

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Tem mais oportunidades?

A XP calcula um preço alvo de R$ 30 para Cyrela, que vem sendo cotada na casa dos R$ 22. "A Cyrela segue como nossa principal escolha dentro do segmento de médio e alto padrão, sustentada por sua forte execução operacional e perspectiva de continuidade no sólido desempenho", diz o analista de investimentos da Lumi, Thiago Tavares.

No entanto, se a inflação acelerar este ano, ela pode ser um risco para a empresa, segundo Lage, da Valor. A alta do custo de vida e dos preços de obra cria uma dificuldade para a empresa de repassar esse aumento ao valor cobrado pelas unidades. O ano passado não foi bom para a construtora, que teve baixa na Bolsa de 27,55%, segundo a Economatica. Mas ela já recuperou esse prejuízo, subindo 31,03% em 2025.

A Gerdau Metalúrgica tem desafios de curto prazo, como a pressão nas margens depois das taxações feitas pelos Estados Unidos. Mas a companhia mantém uma estrutura de capital saudável, diz o especialista da Lumi. Além disso, a uma possibilidade de impacto positivo das tarifas, que podem contribuir para uma recuperação nos preços do aço. "Por isso, acreditamos que a Gerdau representa uma boa oportunidade de compra no setor, com perspectivas de valorização no médio e longo prazo", afirma Tavares. Para a ação que está sendo negociada na casa dos R$ 9,50, o preço alvo médio do mercado é de R$ 13,38, conforme a Investing.com.

Contudo, a ação segue no negativo. Em 2024, ela caiu 6,73%. Do começo do ano até agora, perdeu mais 1,64%, conforme a Economatica.

Qual ação gera mais dúvidas?

O Bradesco não é uma boa opção agora. Apesar de o banco ter apresentado um lucro quase 87% maior no quarto trimestre de 2024, a companhia precisa recompor o Índice de Basileia, que caiu de 13,2% no final de 2023 para 12,4% ao fim de 2024. Esse indicador, que mede a capacidade de um banco honrar seus compromissos e absorver perdas sem quebrar, é dado pela relação entre o volume de recursos emprestados e o patrimônio da instituição financeira. Quanto maior a porcentagem, mais seguro é o banco. No Brasil, o BC exige que as instituições tenham um índice acima de 11%. A necessidade de recompor o índice pode limitar o desempenho do Bradesco nos próximos meses.

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Em 2024, o banco teve uma queda na Bolsa de 25,88%. Este ano, recuperou 5,42%. A ação está sendo negociada por R$ 12,02. E o preço alvo médio do mercado, conforme a Investing.com, é de R$ 15,17.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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