Magalu lança conta corrente digital: a ação vai voltar a subir?
Ler resumo da notícia
O Magazine Luiza agora tem sua própria conta corrente digital, com ferramentas de investimento. A autorização do Banco Central para o MagaluPay operar novas funcionalidades como empréstimos saiu no dia 20.
Como resposta ao lançamento do MagaluPay, as ações da varejista chegaram a subir 7% no dia 25 de fevereiro. Os investidores acreditam que essa pode ser uma maneira de melhorar o desempenho da empresa, que fechou o ano passado com dívidas de R$ 2 bilhões.
O que está acontecendo
O Magalu agora vai oferecer serviços de banco para seus clientes consumidores também. Eles terão uma conta corrente com opção de investimento em CDB e possibilidade de empréstimo. Quem vende produtos no marketplace do Magalu, agora vai poderá receber e pagar pela conta digital. Em comunicado ao mercado, a companhia afirmou que, "com a atuação por meio de uma financeira regulada pelo Banco Central do Brasil, a MagaluPay poderá contar, oportunamente, com fontes adicionais de captação de recursos, tornando a operação de varejo mais eficiente do ponto de vista de capital investido".
O Magazine Luiza já tinha uma operação de financiamento em parceria com o Itaú, que continua. Mas agora, por meio da financeira MagaluPay, ela expande suas operações financeiras, oferecendo diretamente crédito ao consumidor, o principal meio de vendas da empresa. Anteriormente, era preciso usar recurso próprio da companhia para fundear o Crédito Direto ao Consumidor. Agora, a companhia pode oferecer uma letra de crédito no mercado e usar esse dinheiro para o CDC. O Investimento foi de R$ 40 milhões.
Essa nova ferramenta vai impactar as contas da empresa positivamente no curto prazo. Por isso as ações deram um salto na terça-feira (25). "Isso reduz custos, aumenta vendas e melhora as margens da empresa", diz Virgílio Lage especialista da Valor Investimentos. Daniela Lopes, assessora da Ébano Investimentos, também concorda. "A companhia ganha maior autonomia na concessão de crédito, reduzindo a dependência de parceiros bancários e pode criar condições mais favoráveis para seus consumidores", diz ela.
Em janeiro, o Magalu alongou o prazo de pagamento de uma dívida de debêntures no valor de R$ 2 bilhões. Os juros altos da economia brasileira não só afastam os consumidores das lojas e do site da empresa, mas também fazem sua dívida crescer exponencialmente. Mais da metade das vendas do magazine são feitas a crédito.
Isso quer dizer que agora vale a pena comprar ações da Magalu? Não é bem assim. As ações do Magalu são queridinhas do investidor pessoa física. Atraíram muita gente quando valorizaram mais de 6.000% entre 2017 e 2020, antes da pandemia.
Mas depois do coronavírus, com a inflação e alta de juros, a situação mudou. Só no ano passado, os ativos perderam 69,72% do valor, segundo a Economatica.
Este ano, porém, as ações acumulam alta de 13,54%. Com a volta do investidor estrangeiro à bolsa brasileira, ativos domésticos, como os da varejista, têm tido ganhos. "Embora a entrada no setor financeiro possa representar uma virada estratégica para o Magazine Luiza, o sucesso dessa iniciativa dependerá da sua execução. Se houver um aumento significativo na inadimplência ou dificuldades na gestão da nova operação, o impacto pode ser negativo para a empresa e suas ações", diz Daniela.
Por isso, recentemente, o BB Investimentos rebaixou a recomendação para as ações. MGLU3 deixou de ter classificação de compra e foi para neutro (melhor não comprar, nem vender). O preço alvo para o final do ano foi definido em R$ 9. Atualmente as ações estão sendo negociadas a R$ 7,27.
É a mesma avaliação da XP, que também classifica o ativo como neutro. "Apesar de acreditarmos que ainda há bastante espaço para a companhia crescer, ainda enxergamos um cenário de curto e médio prazo desafiador devido a deterioração macroeconômica, que tende a reduzir a renda disponível, impactando a demanda por bens duráveis", publicaram os analistas da corretora.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.