Destaque em 2024, Embraer continua voando alto na Bolsa em 2025
Ler resumo da notícia

Depois de liderarem o ranking de altas de 2024, com valorização de 150,96%, as ações da Embraer (EMBR3) - continuam entre as dez mais de 2025. Este ano, está em oitavo lugar, com ganhos de 22,62%, segundo a Economatica.
Na quinta-feira (27), a fabricante de aeronaves divulgou que triplicou seu lucro líquido ajustado em um ano, de R$ 350,6 milhões para R$ 1,093 bilhão - uma expressiva alta de 211,8%. Com isso, no fechamento, as ações dispararam 12,12%, negociadas a R$ 68,90.
Vale continuar investindo na Embraer?
No exercício anterior, a companhia foi ajudada pelo dólar. A moeda americana fechou o ano em alta de 27,34% em relação ao real. E como a produtora de aviões tem receita em dólares, ela acaba se beneficiando com a alta do câmbio.
O mercado prevê que o dólar fique em torno de R$ 6 este ano. Mas com o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no poder, é cada vez mais difícil arriscar qualquer previsão nesse sentido. Se um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia realmente sair, a tendência é que o dólar tenha baixa.
Em 2025, a moeda acumulava até 27 de fevereiro desvalorização de 5,79%. Mesmo que o câmbio possa atrapalhar, a Embraer está fazendo sua parte. A companhia espera entregar de 77 a 85 jatos comerciais e de 145 a 155 executivos, com receitas totais entre US$ 7 a US$ 7,5 bilhões.
A empresa encerrou 2024 com uma dívida líquida de R$ 684,6 milhões (sem Eve, a divisão de drones que transportam pessoas). Isso significa que seu endividamento é um dos mais baixos do mercado. Sua relação dívida líquida/Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) é de 0,1 vez, abaixo dos 1,4 de 2023.
Apesar de cronograma mais conservador para 2025, a companhia segue bem posicionada para capturar a recuperação do setor aéreo global e a expansão do mercado de defesa
Thiago Tavares, analista de investimentos da Lumi
Quais são as recomendações?
Para a BB Investimentos, a recomendação é de compra, com preço alvo de R$ 77 para EMBR3 ao final de 2025. "A companhia atingiu ou superou todos os itens de seu cronograma de metas de 2024 e apresentou estimativas 10% maiores, em média, para 2025, já considerando os riscos existentes na cadeia de suprimentos", publicou a instituição.
O Itaú BBA tem recomendação de compra para a ADR, a ação da empresa negociada no mercado americano. Mas, como explica Tavares, as ações da Embraer na B3 (EMBR3) e as ADRs na NYSE (ERJ) tendem a seguir a mesma direção. "No entanto, pode haver algumas diferenças pontuais devido a fatores como liquidez, horários de negociação distintos e variações cambiais entre o real e o dólar", diz ele. "No longo prazo, ambas refletem o desempenho da Embraer, mas, no curto prazo, esses fatores externos podem causar pequenos desvios entre elas." O banco prevê que as ações americanas, hoje cotadas a US$ 47,19, possam chegar a US$ 51 até o fim do ano.
O BTG também tem recomendação de compra das ADRSs da empresa (sem divulgar preços alvo). O banco ressaltou que na quinta-feira (27), a companhia aérea japonesa ANAHD anunciou seu plano de renovação de frota incluindo um pedido histórico de aeronaves E2, da Embraer. "Este é um bom fator de redução de risco e ainda ajuda a pavimentar o caminho para a empresa retomar sua meta de volume de 100 aeronaves ao ano", publicou o BTG.
O banco americano Goldman Sachs também classifica as ações como uma boa compra. No entanto, o ritmo não deve ser igual ao de 2024. Para o banco, a perspectiva é de ganhos de 2,6% em dólares, em relação à ADR.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.