Ouro bate novo recorde hoje e supera US$ 3.000 a onça-troy
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O ouro bateu novo recorde hoje ao encerrar o pregão com alta de 0,17%, a US$ 3.006,10 por onça-troy (a medida padrão do mercado internacional, que vale 31,10 gramas), na Comex, divisão de metais da Nymex (New York Mercantile Exchange).
A corrida pelo ouro vem se intensificando desde o ano passado. Com uma alta de 27% em 2024, o valor do metal já subiu 13,59% em 2025 — é quase o dobro, por exemplo, do que rendeu a Bolsa, onde o Ibovespa avançou 7,21% desde 2 de janeiro.
O que está acontecendo?
O ouro sobe quando há insegurança no mundo econômico. E, recentemente, duas declarações fizeram os investidores acreditar numa tendência de desaceleração da economia mundial. Em relatório publicado hoje pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), especialistas alertaram que a política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, "coloca o mundo em rota de menor crescimento e maior inflação".
No fim de semana, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, sinalizou uma possível desaceleração do crescimento dos EUA. Essa declaração fez aumentar os juros dos Treasuries - os títulos de dívida emitidos pelo governo dos Estados Unidos - e o dólar cair, cooperando para a ascensão do ouro.
Essa guerra comercial deixa os produtos mais caros nos EUA e pode aumentar a inflação nos EUA. Isso pode afetar o fluxo de negociações global e pode acontecer uma estagnação da economia no mundo todo, já que os exportadores que vendem para os Estados Unidos terão piores resultados. Tudo isso provoca uma corrida pela segurança do ouro. Bruno Cotrim, economista da casa de análise Top Gain
O cenário não ajuda
O ouro já vinha em alta desde a escalada dos conflitos na Ucrânia e também no Oriente Médio. "A fraqueza do dólar, o cenário global de incertezas, com a política das tarifas comerciais impostas por Trump, o consequente aumento das tensões comerciais e a busca de proteção de capital por pelos investidores fez o metal bater o recorde de valor, segundo Mauriciano Cavalcante, diretor de ouro da Ourominas, corretora.
Geralmente, o ouro sobe quando dólar cai. E isso vem acontecendo internacionalmente e internamente também. Em relação ao real, a queda acumulada este ano da moeda americana já chega a 7,27%, conforme variação da taxa referência do Banco Central, medida pela Economatica de 1 de janeiro até sexta-feira (14).
Além disso, os bancos centrais de vários países do mundo vêm comprando ouro, o que aumenta a demanda e faz o preço subir. As autoridades monetárias, principalmente a da China, vêm fazendo isso como estratégia de diversificação e em busca de segurança.
Vale investir?
Ainda pode ser vantajoso ter parte dos investimentos no metal, principalmente se a guerra tarifária continuar. O banco americano Goldman Sachs divulgou recentemente que espera que o preço alcance US$ 3 mil (R$ 18.350) por onça até o segundo trimestre de 2026.
Pessoas físicas podem investir em ouro, com aportes iniciais que variam de R$ 500 a R$ 1 mil. O jeito mais simples e popular é o fundo Trend Ouro (GOLD11) um ETF (Exchange Traded Fund), que vários bancos disponibilizam em seus aplicativos. É necessário pagar Imposto de Renda sobre os ganhos, de 15% sobre o retorno.
Também é possível comprar ouro diretamente em uma DTVM, Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários. Empresas como a Ourominas, a Carol DTVM, a Fênix DTVM, por exemplo, fazem essa operação para pessoas físicas. É possível investir pelo aplicativo das empresas e escolher sacar em reais ou em ouro. Investimentos até R$ 33 mil são isentos de IR.
Comprar joias, entretanto, é mais arriscado. Quando se compra uma joia, o consumidor paga mais caro porque também está comprando o valor artístico ou de "design" da peça. Por isso, quem paga, por exemplo, R$ 3 mil num anel, na hora de vender, vai ter que aceitar até metade do valor. Como investimento, pode não ser uma boa.
Com Agência Estado
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