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Ouro bate novos recordes no ano: veja como investir

O preço do ouro atingiu um novo recorde na terça-feira (22). Foi a segunda vez no ano que o metal ultrapassou valores históricos e alguns investidores já ganharam mais de 50% desde janeiro aplicando em modalidades atreladas ao ouro.

Após atingir US$ 3.500 por onça-troy, de acordo com dados da Refinitiv, o metal fechou, no dia seguinte, em queda de mais de 3%, a US$ 3.294,1 por onça-troy. Onça-troy é a medida padrão do mercado internacional, que vale 31,10 gramas. Em fevereiro, ultrapassou a marca anterior, de US$ 3.000.

O que está acontecendo?

O ouro subiu mais de 30% até agora neste ano. Com essa marca, já superou a alta de 2024, que foi de 27%, impulsionada pelas guerras da Ucrânia e Rússia e conflitos no Oriente Médio.

Também superou o Ibovespa e o CDI (Certificado de Depósito Interbancário). O índice da Bolsa de Valores subiu de 7,79% no ano e o CDI, que baliza os fundos de renda fixa, acumula alta de 3,70%, conforme a Economatica.

As incertezas trazidas pela política econômica internacional do presidente dos Estados Unidos são a mola propulsora da valorização agora. Além da guerra tarifária, Donald Trump anunciou na última semana a intenção de destituir o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Isso poderia afetar a independência do banco central dos EUA, embora tenha desmentido, investidores estão atentos aos movimentos da Casa Branca.

Há uma queda da confiança no dólar. No ano, o dólar acumula queda de 5,43% perante o real, conforme a Economatica. O Tesouro Americano também acaba sendo afetado pelas atitudes de Trump.

Desde o ano passado, bancos centrais de vários países têm comprado ouro. Isso elevou o valor do metal e também provocou um efeito manada, com investidores fazendo o mesmo que essas instituições financeiras.

O ouro deve continuar subindo?

Provavelmente, sim. É o que diz Mauriciano Cavalcante, economista da Ourominas. "Os fatores que estão corroborando com as altas observadas no mercado estão cada vez mais intensos, sem probabilidade de acordos, entre eles o tarifaço do presidente Donald Trump, a guerra Rússia e Ucrânia, o conflito entre Israel e Hamas e, recentemente, as ameaças ao Fed e a seu presidente", diz ele.

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Como investir em ouro

A maneira mais comum é aplicar dinheiro em fundos que seguem a valorização do metal. O fundo Trend Ouro (GOLD11) é um ETF (Exchange Traded Fund) disponibilizado por vários bancos e corretoras. É necessário pagar Imposto de Renda sobre os ganhos, de 15% sobre o retorno. Geralmente, o investimento mínimo é de R$ 500, mas depende do banco. Há também fundos mistos. Procure nos aplicativos de investimento por fundo de ouro em reais com CDI.

É possível comprar ouro físico. Para isso, é preciso tornar-se cliente de uma DTVM (Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários). Nesse caso, é bom checar no site da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) se não há processo administrativo contra as gestoras de ouro por compra e venda de garimpos ilegais, principalmente da Amazônia. As DTVMs fazem a venda de ouro por aplicativo. O investidor escolhe sacar em reais ou em ouro. Investimentos até R$ 33 mil são isentos de IR.

Outra maneira é investir nas mineradoras. Na Bolsa de Valores, por exemplo, há a ação da Aura Minerals (AURA33). A ação da mineradora canadense com foco na exploração de ouro já rendeu este ano 54,82%, conforme a Economatica, e está cotada a R$ 38,85.

Alta do ouro também afeta penhores da Caixa

O penhor não é um investimento, é um empréstimo no qual o valor em ouro de suas joias serve de garantia para o banco. Por isso, os juros são menores. A Caixa Econômica Federal empresta 85% do valor avaliado. O cliente também paga juros, a avaliação da joia e IOF, o que soma uma taxa de 2,19% a 3,7% ao mês, dependendo do intervalo do empréstimo, que vai de um a seis meses. Se não pagar até o final do contrato, pode renovar por até mais seis meses. A joia vai a leilão 30 dias após o vencimento do contrato.

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Comprar joias não vale como investimento. O valor de uma peça na joalheria inclui pedras e o valor do desenho da joia. Por isso, sai mais caro que a cotação atual e, na hora de uma possível revenda, esses valores geralmente são descontados. Mas se você quer comprar uma joia, dê preferência por joalherias que aceitam ouro como parte do pagamento e utilize peças que você não usa mais, como brincos quebrados, correntes partidas. Não esqueça de ver se a cotação do ouro usada pela loja é a atual.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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