Tesouro Direto vai pagar R$ 153 bilhões a investidores em maio

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O Tesouro Nacional deverá desembolsar R$ 153,3 bilhões aos investidores que aplicaram no título Tesouro IPCA+ 2025.
São os juros predefinidos referentes às NTN-Bs, como são conhecidos os investimentos da dívida pública atrelados à inflação (IPCA+). O pagamento ocorre automaticamente até o dia 15 de maio e é feito pelo Tesouro - não há necessidade de pedir o pagamento do valor. Os dados são da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) com base no preço do dia 4 de abril.
Tesouro vai pagar bolada aos investidores
Montante cobre 33,5 milhões de NTN-Bs. Conforme a Anbima, esses são preços e taxas considerados justos para a negociação desses títulos no mercado secundário, ou seja, entre os próprios investidores, naquele dia de referência.
Rentabilidade variava entre 9,2% e 7,2% ao ano.
Vale investir em títulos atrelados à inflação
Títulos públicos ligados à inflação são destaques na renda fixa. A associação frisou que, em março, os papéis indexados ao IPCA com vencimento acima de cinco anos cresceram 2,83%. No primeiro trimestre de 2025, esse montante avançou 3,69%.
Valorização de títulos IPCA+ de curto prazo é tendência desde o ano passado. É o que explica o economista da Anbima, Marcelo Cidade. Por outro lado, as carteiras de longo prazo tiveram recuperação no início de 2025.
Juros ainda devem subir até o fim do ano. A Selic deve fechar em 15% ao ano no final de 2025, segundo o Boletim Focus. Mas, para o ano que vem, a previsão é de 12,50% ao ano, para 2027, de 10,50%, e para 2028, de 10% ao ano. A queda do dólar diante das incertezas, em meio a guerra comercial desencadeada pelos Estados Unidos, são fatores que contribuem para o aumento das taxas no curto prazo.
Investimentos prefixados com vencimento acima de um ano estão mais interessantes: eles ganharam 1,62% em rentabilidade. No primeiro semestre, os prêmios desses títulos (IRF-M 1+) subiram 2,16%. Por outro lado, os títulos de menor prazo (IRF-M 1) avançaram 5,46%, com alta de 1,01% no mês passado.
Juros elevados favorecem a renda fixa
Economistas esperam Selic mais alta até dezembro. O boletim Focus, do Banco Central, estima que os juros devem encerrar 2025 em 15% ao ano. A taxa voltaria a cair apenas em 2026, encerrando o ano em 12,50% ao ano. Desde o final de março, os juros estão em 14,25% ao ano, a maior taxa desde outubro de 2016.
Títulos públicos e fundos de renda fixa atrelados aos juros seguem fortes. Segundo o CEO da Equity Group, João Kepler, a Selic alta favorece aplicações conservadoras. Por outro lado, movimento deve adiar uma retomada mais expressiva do mercado de ações.
Há maior preferência por investimentos prefixados com taxa fixa, em relação àqueles atrelados ao IPCA+. Em relatório sobre o mês de abril, o analista da EQI Research, João Neves, afirmou que se manteve a preferência por títulos prefixados. No entanto, ele observa que há uma piora na relação risco e retorno, por conta da inflação. A inflação pode ser maior, o que pode prejudicar a rentabilidade dos títulos negociados a taxas fixas, mas menos interessantes e que não consideravam essa inflação mais alta.
Papéis prefixados são mais sensíveis à inflação. Essa tendência levou o especialista a reduzir a exposição em prefixados e aumentar em títulos que seguem o IPCA+. O entendimento é que os investimentos atrelados ao IPCA oferecem maior proteção contra uma eventual alta da inflação no curto prazo.
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