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Vale investir em Aura, a mineradora de ouro que já subiu mais de 40%?

O ouro é um dos investimentos que mais tem brilhado em 2025. Entre 1 de janeiro e 28 de abril, já valorizou 31,7%, conforme a cotação internacional.

Na Bolsa de Valores de São Paulo, quem quer aproveitar essa onda tem uma opção: as ações da mineradora Aura Minerals (AURA33), que já tiveram alta este ano de 48,36% (Economatica).

Quem é a Aura Minerals?

É uma mineradora canadense que explora ouro, cobre e outros metais nas Américas do Norte e do Sul. Ela opera no Brasil desde 2017 e os acionistas controladores têm mais de 45 anos de experiência na indústria do ouro.

Os resultados de 2022 e 2023 foram impactados por problemas operacionais e relacionados a licenças. No ano passado, porém, a mineradora atingiu suas metas de custo e de produção e se beneficiou do aumento do preço do ouro, de 27%.

Só em 2024, as ações da companhia valorizaram 126,95%, segundo a Economatica. "Ela é a única mineradora da Bolsa que trabalha com ouro", explica Daniela Lopes, planejadora financeira e assessora da Ébano Investimentos.

Com o ouro em destaque por ser uma alternativa ao dólar, diante do receio global de recessão nos Estados Unidos, a ação da empresa vem se beneficiando. "Ela se capitalizou com um aumento significativo nos preços do ouro", publicou o Itaú BBA, em relatório sobre a companhia.

No primeiro trimestre de 2025, a Aura produziu 60.087 onças-troy em ouro. Essa é a medida padrão do mercado internacional, que vale 31,10 gramas. Apesar do volume, a produção da companhia, que tem quatro minas operacionais no Brasil, foi 9% menor na comparação com o quarto trimestre de 2024 e 7% inferior em relação a janeiro, fevereiro e março do ano passado.

Sua meta de produção para 2025 é de 266 mil a 300 mil onças de ouro. Para chegar lá, no final de março, a Aura iniciou as operações de sua quinta mina, com estimativa de produzir entre 33 mil e 40 mil onças de ouro até o final de dezembro.

Vale a pena investir na ação?

Apesar de ter apresentado prejuízo líquido de R$ 363,5 milhões no quarto trimestre de 2024, a Aura segue recomendada por especialistas. "Para quem busca exposição ao ouro e está disposto a lidar com a volatilidade do setor de mineração, o papel pode representar uma oportunidade interessante — principalmente num contexto de juros em queda e perspectiva de valorização do metal", diz Daniela.

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Para o Itaú BBA, a ação é uma boa aposta. "Vemos uma avaliação atraente, um momento positivo dos lucros e o potencial de aumento da visibilidade e liquidez para a ação. No futuro, prevemos que esse impulso continuará forte, com ventos favoráveis

O BTG também recomenda a compra. "Aura é uma oportunidade atraente para diversificação de portfólio, oferecendo crescimento e retornos sólidos ao longo do tempo. A empresa se destaca com um plano de expansão agressivo que pode quase dobrar a produção nos próximos anos por meio de projetos de alto valor", publicou o banco, em relatório. O banco prevê que até o final do ano a ação da mineradora suba mais 12,8%, com preço alvo de R$ 38. A cotação atual é de R$ 37,03. O Itaú estima um preço alvo de R$ 40 até o final do ano.

Além da valorização da ação, outro fator atraente é o pagamento de dividendos. Companhia tem a política de distribuir 20% da lucratividade operacional (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) trimestralmente aos acionistas. "Isso resultou, no último pagamento, em um dividend yield superior a 9% em 12 meses", diz Daniela. O dividend yield (DY) é um indicador que mede o rendimento de uma ação apenas com o pagamento de dividendos. Ele é calculado a partir do valor de dividendos pagos pela empresa dividido pelo preço da ação.

Quais são os riscos?

O maior deles é uma possível queda no preço do ouro. Mas não é isso o que preveem os especialistas. O ouro tem subido por que bancos centrais de vários países têm comprado volumes altos do metal. "Por isso, acreditamos que os preços do ouro podem permanecer resilientes, apoiados pela forte demanda dos bancos centrais e pelo comportamento de aversão ao risco dos investidores, dadas as incertezas relacionadas a uma potencial escalada na guerra comercial em curso", publicou o Itaú.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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