As ações que mais subiram em maio: varejo sai na frente
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Ações de empresas de varejo foram as estrelas de maio na Bolsa de Valores de São Paulo até agora. A crença do mercado de que os juros básicos da economia brasileira vão se estabilizar daqui para frente foi a principal razão das altas, já que essas empresas podem se beneficiar de juros mais baixos.
Quais foram as maiores altas do mês?
- Azas 2154 (AZZA3): 24,31%
- Hapvida (HAPV3): 21,98%
- Lojas Renner (LREN3): 21,42%
- PetroReconcavo (RECV3): 16,90%
- Marfirig (MRFG3): 15,89%
- Assaí (ASAI3): 15,84%
- Petrorio (PRIO3): 15,77%
- Rede D'Or (RDOR3): 15,69%
- Vivara (VIVA3): 14,66%
- Bradesco (BBDC4): 12,97%
Fonte: Economatica (de 2 a 26 de maio)
Cinco das dez melhores do mês são companhias de varejo. São elas: Azas 2154 (dona da Hering, Arezzo, Farm e outras marcas de moda), Hapvida (cujo braço de varejo atua com venda direta de planos de saúde para pessoas físicas), Lojas Renner, o atacarejo Assaí e a rede de joalherias Vivara.
Essas ações estão sendo compradas por investidores que apostam na estabilidade dos juros. "A perspectiva de não haver mais altas na taxa de juros foi determinante, principalmente para empresas de varejo que têm caixa mais saudável que outras do mesmo setor", diz Vírgilio Lage, especialista da Valor Investimentos.
Declaração do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, levou a essa interpretação. No dia 19, ele afirmou que a autoridade monetária vê sentido em manter a taxa básica de juros, a Selic, hoje em 14,75% ao ano, mais alta por mais tempo. O mercado interpretou essa informação como uma sinalização de que não devem acontecer novos reajustes. E que o passo seguinte seria um corte.
Juros menores beneficiam o comércio. Os consumidores conseguem melhores condições para comprar a prazo. Para as empresas, a situação financeira também melhora porque elas veem seu endividamento diminuir.
E as outras ações?
Os resultados do primeiro trimestre do ano divulgados agora foram a mola propulsora da alta. PetroReconcavo, por exemplo, disparou após divulgar lucro líquido ajustado de R$ 136,06 milhões no período, 24% mais que os R$ 110,03 milhões de janeiro, fevereiro e março do ano passado.
A PetroRio também surpreendeu. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou 6% acima da projeção do mercado.
A ação do Bradesco era a mais descontada dentre os grandes bancos. Só no ano passado, o papel perdeu 25,88% do valor. Itaú (ITUB4), por exemplo, teve valorização de 1,17%. Por isso, no dia 8, quando o banco publicou lucro de R$ 5,86 bilhões no primeiro trimestre, as ações dispararam 15% naquele pregão.
Rede D'Or teve alta de 27,7% no lucro. As receitas subiram 6,5% no ano, para R$ 13,18 bilhões, enquanto o faturamento bruto cresceu 6,8% (na comparação anual), chegando a R$ 14,1 bilhões.
Marfrig teve um motivo diferente das outras. A empresa, que agora se chama MBRF Global Foods Company, viu suas ações dispararem depois de anunciar no dia 16 a proposta de fusão com a BRF, dando origem à MBRF Global Foods Company, uma das maiores empresas de alimentos do mundo. Naquele pregão, os papéis subiram 21,35%, a R$ 25,07.
Quais foram as baixas?
As empresas que apresentaram resultados abaixo do esperado viram suas ações sofrerem. "Resultados financeiros abaixo do esperado pressionaram os papéis nos setores de saúde, seguros e mineração", diz Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista de investimentos.
Empresas também passaram por desafios. "Empresas dos setores de aviação e financeiro também enfrentaram desafios operacionais relevantes e mudanças na gestão, o que aumentou a percepção de risco e contribuiu para a forte desvalorização", completa ele.
- Pão de Açúcar (PCAR3): -26,95%
- RaiaDrogasil (RADL3): -26,61%
- Azul (AZUL4): -25,85%
- Vamos (VAMO3): -16,06%
- Banco do Brasil (BBAS3): -14,73%
- Minerva (BEEF3): -14,72%
- MRV (MRVE3): -13,01%
- BB Seguridade (BBSE3): -11,25%
- JBS (JBSS3): -8,75%
- Petz (PETZ3): -6,67%
Fonte: Economatica (de 2 a 26 de maio)
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