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Avanço da economia dos EUA faz Bolsa brasileira ter 2ª melhor semana do ano

Indicadores mostrando a melhora da economia dos Estados Unidos fizeram a Bolsa de Valores brasileira ter a segunda melhor semana do ano, com alta acumulada de 3,21% no período de 30 de junho a 4 de julho.

O que aconteceu

A alta desta semana do Ibovespa, o principal índice acionário da Bolsa brasileira, foi a segunda maior do ano. Só perdeu para a semana de 22 a 25 de abril, quando teve ganho acumulado de 3,93% em quatro pregões (o dia 21 foi feriado), conforme levantamento da consultoria Economatica.

O principal catalisador da alta da semana foram os dados de empregos dos Estados Unidos, divulgados na quinta-feira (3). Os empregadores americanos criaram 147 mil empregos em junho, e, assim, a taxa de desemprego do país caiu para 4,1%.

Mesmo com a crise em torno das tarifas comerciais, os juros altos e outros fatores contrários, a economia americana ainda gera empregos, afastando a possibilidade de recessão. Desde que tomou posse em janeiro, o presidente Donald Trump vem alimentando nos mercados o temor de uma retração por conta da guerra comercial que vem sustentando.

Uma recessão nos EUA prejudicaria o mundo todo, inclusive o Brasil. Como a economia americana é a maior e mais dinâmica do mundo, sua desaceleração levaria a uma queda nos preços das commodities (matérias-primas básicas, como minério, soja e petróleo) e no fluxo de investimento internacional.

Então, a redução da possibilidade de recessão trouxe otimismo aos investidores. O mercado agora acredita que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) pode começar logo a diminuir as taxas de juros, mantidas no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano desde dezembro. Se o juro cair, os investidores internacionais irão procurar rendimentos melhores em outros mercados, o que favorece o Brasil tanto na renda fixa, quanto na variável.

O aumento dos investimentos estrangeiros na Bolsa brasileira já vem sendo notado desde o início do ano. Por conta da instabilidade provocada por Trump, o capital estrangeiro procura cada vez mais diversificar suas aplicações em vários mercados, para não depender só dos EUA. A participação de estrangeiros na Bolsa chegou a 58,7% agora, segundo a consultoria financeira Elos Ayta. É o maior percentual desde 2019, quando essa fatia era de 45%. Esse índice explica por que os dados da economia americana cada vez mais influenciam os negócios no Brasil.

No país, a expectativa também é de queda nos juros. Isso faz muitos investidores comprarem ações na Bolsa agora, apostando numa melhora dos preços quando a taxa básica Selic cair.

Essa combinação de fatores externos e internos fez o Ibovespa bater um recorde histórico anteontem. Ao subir 1,35%, atingiu a inédita marca de 140.928 pontos. Antes, a máxima havia sido de 140.381 pontos, em 27 de maio. Ontem, mais um recorde. O índice de referência do mercado acionário brasileiro subiu 0,24%, chegando a 141.263 pontos.

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Dia fora da curva

O único dia desta semana que não teve altas foi a quarta-feira (2). O Ibovespa recuou 0,36%, para 139.051 pontos. O setor mais prejudicado foi o bancário, que teve perdas em série após a divulgação do ataque à infraestrutura tecnológica da C&M Software, prestadora de serviços de Pix ao setor financeiro. Naquele pregão, o Santander recuou 3%, o Bradesco caiu 1,82% e o Itaú perdeu 0,81%.

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