Com o ex-jogador Loco Abreu como estrela, a Betano acaba de lançar uma campanha publicitária sobre jogo responsável. Segundo a empresa, o objetivo é 'promover a educação sobre as apostas esportivas', reforçar o 'aspecto de entretenimento' e 'afastar a ideia de jogos como forma de investimento'. O comercial de lançamento da plataforma, criada pela agência Wieden+Kennedy SP, brinca com fatos da carreira do atleta, que entrou para o Guinness Book como o jogador que mais defendeu clubes ao redor do mundo e eternizado por uma ousada cobrança de pênalti na semifinal da Copa do Mundo de 2010. Enfrentando desafiosRegulamentadas de forma oficial desde o começo do ano, as plataformas de apostas esportivas que possuem o aval do Governo Federal têm, entre seus seus diversos desafios, fazer com que as pessoas joguem utilizando os sites considerados 'legais'. Um estudo do Instituto Locomotiva para o IBJR (Instituto Brasileiro de Jogo Responsável), realizado com pessoas que fizeram jogos online em 2025, aponta que mais de 60% dos apostadores utilizaram ao menos uma plataforma que adota práticas irregulares, tais quais a não exigência de reconhecimento facial e a liberação do uso de cartão de crédito como meio de pagamento. Informação acessívelPara entender mais sobre a nova campanha da Betano e como ela pretende divulgar o dito 'jogo responsável', o UOL Mídia e Marketing conversou com Arthur Niggemann, gerente sênior de marketing para Américas da plataforma. Confira: A campanha possui referências à carreira do atleta, focada em quem conhece mais sobre futebol. Como a iniciativa pretende alcançar o público em geral? A campanha vem com um propósito muito claro. Sabemos o quanto esse assunto é sério, principalmente dentro da nossa indústria. A ideia é deixar essas informações sobre o jogo consciente de uma forma mais acessível para todas as pessoas. O jogo deve ser tratado como entretenimento, e não como forma de investimento ou obtenção de renda extra. Usamos o futebol para conversar com o público, até porque o esporte é o principal motivo de as pessoas utilizarem a plataforma. Depois disso, trataremos do assunto com outros embaixadores, como o ex-piloto Felipe Massa, por exemplo, para alcançarmos outros territórios e outras audiências. Quais os principais desafios de levar essa questão de jogo responsável para o público? Primeiro, precisamos educar o usuário a abrir suas contas em uma casa licenciada. Essa, inclusive, é uma das grandes discussões do mercado. Há também a necessidade de trazer uma linguagem mais clara e direta sobre o jogo consciente. Acabamos de passar pelos primeiros seis meses de regulamentação, em um mercado que é extremamente dinâmico. Precisamos reforçar o autocontrole e a autoconfiança como pilares de uma experiência consciente e responsável no universo das apostas. Até agora, vimos a entrada de diversos players, com grande investimento em publicidade. Muito se comenta até sobre a confusão para o cliente, já que temos partidas de futebol, por exemplo, em que aparecem seis ou sete marcas com propriedades de marketing parecidas. Já acompanhamos isso em outros países, onde houve uma acomodação do mercado. Em qual estágio estamos? Isso passa muito pela estabilização do mercado - e, até mesmo, porque as propriedades de mídia são parecidas. Isso, inclusive, eleva o valor do investimento. Acredito que até a campanha responsável pode ser um dos nossos diferenciais. Precisamos passar a mensagem clara de que estamos falando sobre diversão e entretenimento, não sobre investimento. A plataforma sobre jogo responsável é uma coisa perene, não vai acabar com a campanha. Estamos falando abertamente sobre o assunto, de forma intencional, trazendo informações mais acessíveis e organizadas para as pessoas. Com as nossas propriedades de Brasileirão e de Copa do Brasil, iremos realizar ações de marketing voltadas ao jogo consciente. Teremos a definição de limites financeiros e de tempo em diferentes períodos, cronômetros de sessão e opções de autoexclusão temporária e permanente, por exemplo. |