Bom dia, investidor, Confira os destaques desta quarta (18): - Brasil: Copom pode encerrar ciclo de alta ou aumentar juros mais uma vez
- EUA: Fed deve manter juros no patamar atual
- Trump eleva tensão no Oriente Médio e pressiona mercados
- EUA divulgam dados da inflação e do desemprego
- Europa: inflação abaixo da meta reforça cenário de corte de juros
Brasil: Copom pode encerrar ciclo de alta- O Comitê de Política Monetária (Copom) finaliza hoje sua reunião iniciada ontem para definir o rumo da taxa Selic, atualmente em 14,75% ao ano. O mercado está dividido: enquanto uns esperam a manutenção, outra parte relevante projeta um ajuste final para 15% ao ano.
- A inflação recente mostra sinais de desaceleração, mas pressões em itens como energia, somadas a um mercado de trabalho aquecido e à incerteza fiscal, alimentam a cautela do Banco Central.
- O boletim Focus projeta manutenção da Selic no atual patamar até o fim de 2025, com cortes apenas em 2026. A comunicação do BC será crucial para entender se o ciclo de aperto monetário chegou ao fim ou se ainda há espaço para mais altas.
EUA: Fed deve manter juros no patamar atual- O Federal Reserve anuncia hoje sua decisão sobre a taxa de juros, atualmente entre 4,25% e 4,5% ao ano. O consenso entre os analistas é de manutenção do patamar atual, com cortes sendo considerados apenas para o fim de 2025 ou início de 2026.
- Apesar da inflação ainda resistente, há sinais consistentes de desaceleração, o que poderia abrir espaço para afrouxamento no futuro.
- No entanto, o Fed adota uma postura de "esperar para ver", refletindo o ambiente de incerteza gerado por três fatores principais: a inflação segue acima da meta, exigindo prudência na condução da política monetária; as medidas tarifárias do governo Trump e a instabilidade em acordos comerciais ampliam o risco de impactos negativos sobre os preços e o crescimento; e o conflito entre Israel e Irã pressiona o preço do petróleo, o que pode reacender pressões inflacionárias e levar o banco central a postergar cortes de juros.
- A decisão de hoje será acompanhada de projeções atualizadas e da coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell, ambos essenciais para entender os próximos passos da política monetária americana.
Trump eleva tensão no Oriente Médio e pressiona mercados- A ameaça do presidente Donald Trump ao Irã, com exigência de rendição incondicional e menções diretas ao líder Ali Khamenei, elevou os riscos de uma escalada militar na região. A retórica agressiva aumenta as chances de conflito direto, o que tem reflexo imediato nos mercados.
- O petróleo já reage com volatilidade, dado o risco de interrupção no fornecimento vindo do Irã, um dos principais produtores da OPEP.
- Isso pressiona os preços da energia e eleva o risco de inflação futura.
- Em paralelo, aumenta a aversão ao risco, com investidores migrando para ativos considerados seguros, como dólar, ouro e títulos do Tesouro americano. Para países emergentes como o Brasil, o efeito pode ser de desvalorização cambial e maior volatilidade nos ativos de renda variável.
EUA divulgam dados da inflação e do desemprego- Os Estados Unidos divulgam dois indicadores importantes nesta quarta-feira: a inflação ao consumidor e os pedidos de seguro-desemprego.
- O índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 0,1% em maio, abaixo da expectativa do mercado, que era de 0,2%. No acumulado de 12 meses, a inflação ficou em 2,4%, também abaixo da projeção de 2,5%. O núcleo do CPI, que exclui alimentos e energia, também avançou 0,1% no mês e 2,8% em 12 meses, novamente aquém das expectativas. Os principais responsáveis pela alta foram moradia e alimentação, enquanto os preços de energia, especialmente gasolina, registraram queda.
- Os dados reforçam a percepção de que a inflação americana está em trajetória de desaceleração, mesmo diante de tarifas comerciais e incertezas globais.
- Já os pedidos iniciais de seguro-desemprego somaram 248 mil na semana encerrada em 7 de junho, estáveis em relação à semana anterior, mas acima das estimativas de alguns analistas. A média móvel de quatro semanas subiu para 240.250 pedidos, e os pedidos continuados chegaram a 1,956 milhão, o maior nível desde novembro de 2021.
- Esses números sugerem que o mercado de trabalho está perdendo fôlego, reforçando os sinais de desaceleração econômica.
Europa: inflação abaixo da meta reforça cenário de corte de juros- A inflação ao consumidor (CPI) da Zona do Euro caiu para 1,9% em maio, abaixo dos 2% da meta do Banco Central Europeu (BCE) e inferior aos 2,2% registrados em abril. O setor de serviços, alimentos e energia puxaram a desaceleração. Quatorze países da região registraram queda anual da inflação.
- Esse movimento fortalece a expectativa de que o BCE poderá cortar os juros nas próximas reuniões para estimular a atividade econômica, que vem sofrendo com a desaceleração global e o impacto prolongado de juros elevados. Um ambiente de política monetária mais expansionista na Europa pode favorecer ativos de risco e aliviar a pressão sobre o dólar no cenário internacional.
Veja o fechamento de dólar e Bolsa na terça (17): - Dólar: 0,23%, a R$ 5,498.
- B3 (Ibovespa): -0,39%, aos 138.716,16 pontos.
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