Sexta-feira, 07/03/2025 | | | |  | Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro | Carolina de Vita / Mapa |
| MST critica Desenvolvimento Agrário e fecha parceria com ministro Fávaro | | | A agenda do ministro Carlos Fávaro está dedicada, nesses últimos dias, a uma série de entregas de tratores e implementos agrícolas em municípios de Mato Grosso. Isso acontece após uma demanda feita pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que não tem conseguido articular as necessidades dos assentados com o MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar). Por meio do Programa Estratégico de Fortalecimento Estrutural de Assentamentos Rurais e Sustentabilidade da Agricultura Familiar, firmado entre o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) e a UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso), 37 assentamentos serão contemplados no estado com orçamento de cerca de R$ 30 milhões. A maior parte do valor será destinada à compra de maquinários, e o restante, alocado para assessoria técnica e pesquisa. A estimativa do Mapa é que quase 4 mil famílias sejam beneficiadas no estado, organizadas em assentamentos, comunidades quilombolas e cooperativas. Quase 500 famílias são do MST, segundo disse com exclusividade ao UOL Valdeir Souza, membro da direção nacional do MST. "Estamos considerando uma das maiores conquistas da história do movimento, que está completando 30 anos", diz. Ele conta que o apoio para infraestrutura e capacitação é uma demanda represada pelo MDA. "Qualquer pauta que levamos ao MDA, a resposta é simples: não tem recurso. O mesmo acontece com o Incra", revela. Procurado para se defender das críticas, o MDA não retornou os contatos do UOL. Existe um descontentamento do setor, que acredita que o ministro Paulo Teixeira não está conseguindo organizar as demandas e levar uma pauta organizada com orçamento claro ao presidente Lula. Por isso, a partir da execução do programa, a meta do MST é enfatizar a importância da estruturação da agricultura familiar dentro do Mapa. "Não queremos um órgão que seja somente um transmissor de mensagens do MST. E nesta crise do preço do alimento é interessante que o Mapa consiga utilizar seu aporte não apenas para o grande agronegócio, mas para o Brasil avançar na soberania alimentar", enfatiza Souza. O fato de Fávaro ser mato-grossense contribuiu para uma aproximação entre MST, representantes do PT (Partido dos Trabalhadores) e a equipe do Mapa. A partir daí, o objetivo do MST é que o programa ganhe escala em nível nacional. "A gente precisa de uma agricultura familiar forte e o Mapa tem um corpo político e orçamento superiores para isso", avalia Valdeir Souza. |
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| Publicidade |  | | BNDES retoma Plano Safra | O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) retomou ontem (quinta) o recebimento de propostas para novas contratações de linhas equalizadas do Plano Safra 2024/25, que estavam suspensas desde 21 de fevereiro. A retomada foi possível com a abertura de crédito extraordinário de R$ 4,17 bilhões, após Medida Provisória. Apesar disso, o BNDES não esclareceu quais linhas de financiamento têm recursos. Em outros bancos e cooperativas de crédito, a retomada das contratações aconteceu no dia 25 de fevereiro. | |
| Fertilizantes em 2024 | As entregas de fertilizantes entre janeiro e dezembro de 2024, realizadas ao mercado brasileiro, registraram 45,61 milhões de toneladas, indicando redução de 0,5% em relação a 2023. As informações são da ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos). O estado de Mato Grosso concentra o maior volume recebido em 2024 (21,4%), com 9,77 milhões de toneladas. Em seguida, posicionaram-se o Rio Grande do Sul (5,12 milhões), Paraná (5,11 milhões), São Paulo (4,87 milhões), Minas Gerais (4,57 milhões), Goiás (4,30 milhões) e Bahia (3,03 milhões). | |
| | COP da Biodiversidade chega a consenso | A prorrogação da 16ª Conferência da ONU sobre Biodiversidade (COP16) terminou ontem com um acordo para mobilizar US$ 200 bilhões anuais até 2030, a fim de reverter a perda de biodiversidade. Isso inclui fauna, flora, a saúde dos solos e diversidade das espécies agrícolas e a disponibilidade de alimentos ao redor do planeta. A proposta brasileira, apresentada em nome do Brics, ajudou a destravar discussões para viabilizar a implementação do Marco Global de Biodiversidade. | |
| Agtech para agricultura familiar chega ao Paraguai | Conectar agricultores a mercados, incluindo as políticas públicas de compras de alimentos, é o trabalho da agtech Laços do Agro. A tecnologia criada no Paraná visa aproximar produtores e cadeia de abastecimento, usando aplicativo e software de gestão. Além de atender 700 pequenos produtores e 20 cooperativas no Brasil, a agtech deverá operar no Paraguai, por meio de uma parceria com o município de Doctor Juan León Mallorquín e a Universidade Privada del Este. O projeto piloto foi anunciado no final de fevereiro e o objetivo é fortalecer a agricultura familiar da América Latina.
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| | Logística é entrave | Anec fala sobre guerra tarifária entre EUA e China | | As exportações de soja do Brasil para a China em janeiro e fevereiro deste ano já refletem a tensão comercial entre o país asiático e os Estados Unidos. No primeiro bimestre, a China foi destino de 79% das exportações brasileiras de soja, ante 75% no mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados ontem pela Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais). Depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a aplicação de taxas de 20% sobre produtos chineses, o país asiático respondeu com tarifas de 15% sobre milho, trigo, frango e algodão, além de 10% sobre soja, sorgo, carne bovina e carne suína que vem dos EUA. Embora as medidas sinalizem um favorecimento ao Brasil, concretizar novos embarques não é algo tão simples. "O país pode não usufruir totalmente dessa oportunidade de mercado, já que a logística interna ainda é um fator limitante no escoamento da produção", afirmou a entidade em boletim. As taxações entre Estados Unidos e China devem começar a vigorar em 10 de março. Portanto, para o mês, a Anec já prevê que a exportação de soja do Brasil para todos os destinos chegue a 14,8 milhões de toneladas. Isso significa 1,25 milhão de toneladas a mais, na comparação com março de 2024, segundo a Anec. |
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