Sexta-feira, 20/12/2024 | | | | | Lavoura de milho prejudicada por chuvas em Santa Maria, no RS | Emater-RS |
| 'Agricultor não tem espaço para errar' na safra de 2025, avalia Mosaic | | | Produtores rurais não entram em recesso de fim de ano. Ao contrário, já que este é o momento de planejar a segunda safra de milho, cujo plantio se dá geralmente em janeiro e representa cerca de 75% da produção nacional. De acordo com a Scot Consultoria, os preços do milho enfrentam pressão de baixa, com os consumidores ainda retraídos. No ano que vem, as incertezas sobre a oferta no ciclo 2024/25 reforçam tendência de alta, mesmo com a expectativa de maior produção. A previsão é que a área plantada cresça 7% em relação à safrinha anterior. Administrar muito bem a relação de troca entre insumos e grãos, portanto, é essencial. Na avaliação de Eduardo Monteiro, country manager da Mosaic, a relação atual está mais favorável do que no mesmo período do ano passado. Ele diz que a saca, que valia R$ 42, atualmente passa dos R$ 70. Nessa conta está o dólar acima de acima de R$ 6. Se, por um lado, é favorável para quem vende, por outro, é um problema para quem importa - no caso, os fertilizantes fosfatados. Enquanto analisa variáveis como clima, safras concorrentes, fluxo logístico e comércio internacional, o produtor tem esperado para comprar o insumo, e a comercialização de itens para o cultivo de milho está atrasada. Diante disso, Eduardo Monteiro alerta que "o agricultor, esse ano [2025], não tem espaço para errar". Se a decisão de compra dos fertilizantes mantiver o atraso, há chances de a entrega do produto ser feita após a janela ideal de plantio. Mesmo assim, quando olha para o próximo ano-safra, Monteiro se mostra confiante. Ele estima crescimento de 2% nos volumes comercializados de fertilizantes, sobretudo devido à safra de soja. "Supersafra requer reposição de mais adubo no solo", esclarece. Não por acaso, para a soja de 2025/26, a venda do insumo está adiantada. Junto a Alexandre Alves, diretor da Mosaic Biosciences e Antonio Meirelles, diretor de Relações Governamentais, Eduardo Monteiro diz que 2025 será um ano importante para avançar com os produtos bionutricionais - como biofertilizantes e condicionadores de solo. Nesse sentido, o trio elogia o avanço do Marco Regulatório para Bioinsumos. O country manager conta que se reuniu recentemente com Pedro Lupion, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, e Tereza Cristina, senadora e ex-ministra da Agricultura para tratar dessa regulação. "Estamos requerendo que haja uma separação clara entre produtos para biocontrole e bionutrição. Também é preciso definir com clareza os papéis e responsabilidades dos órgãos regulatórios. É preciso dar velocidade nos novos regulamentos, o produtor rural precisa disso", resume Monteiro. Os executivos esclarecem ainda que o pleito está ligado às estratégias do Plano Nacional de Fertilizantes, que ambiciona reduzir a importação dos insumos. Além disso, eles avaliam que o enredo da COP30 pode dar celeridade às discussões no Congresso. |
| |
| Publicidade | | | Lançamento da Plataforma AgroBrasil + Sustentável | Nessa quinta, foi lançada oficialmente a Plataforma AgroBrasil + Sustentável, do Ministério da Agricultura e Pecuária, com três módulos: conformidade, boas práticas e rastreabilidade. A ferramenta utiliza diferentes bases de dados do governo para verificar o status socioambiental de propriedades rurais. Assim, agricultores passam a ter um instrumento público para apoiá-los na demonstração de conformidade para órgãos públicos, instituições financeiras e habilitação para exportações. Um exemplo é a comprovação de boas práticas ambientais para a redução de juros em custeios do Plano Safra. | |
| Resoluções do Conselho Monetário Nacional | Também nesta quinta, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou resolução que amplia restrições aos bancos que financiam atividade agropecuária. Com isso, novos mecanismos para a comprovação de desmatamentos legais passam a ser exigidos. A partir de 2026, instituições financeiras terão que verificar uma lista elaborada pelo Ministério do Meio Ambiente com dados de desmatamento do Inpe. O CNM também adotou medidas para contenção de gastos do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), voltado à agricultura familiar.
| |
| | | Divulgação |
| Assinantes de conteúdo exclusivo UOL agora contam com mais um benefício: navegação sem anúncios no aplicativo UOL. Se você já é assinante, baixe ou atualize o app e faça login para navegar por textos e vídeos sem interrupções. Além da navegação sem anúncios no app, assinante UOL tem acesso ilimitado aos colunistas, reportagens de UOL Prime, TAB e outros conteúdos exclusivos — e pode comentar em todos eles. Também ganha R$ 20 por mês para usar em cinema na Ingresso.com, descontos em teatro e festivais de música, entre outras vantagens do Clube UOL. |
| |
| A startup que quer reduzir o desperdício de alimentos no varejo via IA | | Listada no estudo da Google for Startups como negócio promissor no uso de dados e Inteligência Artificial, a empresa brasileira Aravita tem chamado a atenção no universo do agronegócio e do varejo. A startup, fundada em 2022, recomenda às lojas de supermercados quais as compras ideais de frutas, verduras e legumes, com o propósito de evitar o desperdício de alimentos frescos. Ao mesmo tempo, os cofundadores Aline Azevedo e Marco Perlman explicam ao UOL que o planejamento da empresa também busca melhores resultados financeiros para os supermercadistas. UOL - O Brasil é um dos maiores produtores agropecuários do mundo, mas também figura no Mapa da Fome. Como esse paradoxo direciona o negócio de vocês? Aline Azevedo e Marco Perlman - O negócio surgiu com um incômodo enorme com o desperdício de alimentos. Cerca de um terço da comida do mundo acaba sendo não sendo consumida, na ordem de 30% a 50% dos hortifrutis também não chegam a ser consumidos, o que se torna um problema socioambiental. Em uma cadeia com processos falhos e cheia de ineficiências, a Aravita se propõe a usar os dados para dar uma previsibilidade ao varejo. Focamos em previsão de demanda, como alocar os alimentos e entender o estoque, para reduzir o desperdício e ao mesmo tempo não faltar produto. UOL - Quais tipos de dados vocês utilizam para que o modelo de inteligência artificial ajude na tomada de decisão do supermercado e evite o desperdício de alimentos? Azevedo e Perlman - Reunimos uma grande variedade de dados. Dados de clima, para entender a safra e sazonalidade, índices econômicos, para avaliar poder de compra do consumidor, e os dados do supermercado, que está mais estruturado porque tem os dados do caixa. Isso nos permite entender o comportamento de compra de cada loja, entender a gestão do estoque. A gente não está se propondo a operar e ser o agente de comercialização, mas ser a ferramenta para dar a previsibilidade ao varejo de comprar do distribuidor o que faz mais sentido e gerenciar melhor o estoque. UOL - A empresa recebeu R$ 12 milhões em uma rodada de investimentos em 2023. Quais os planos? Onde vocês querem chegar? Azevedo e Perlman - Um dos fundos que investiu na gente investe em teses só para varejo. Então, o propósito [de redução de desperdícios] chama atenção, mas no final das contas a gente também foca em resultados financeiros. Precisamos focar nesse ponto dos alimentos frescos, a gente quer entender qual é a demanda dos supermercados e conseguir subir na cadeia, falar com distribuidores. Uma vez que estivermos com os distribuidores, quem sabe trabalhar com os produtores. Em uma visão de muito longo prazo, indicar o que eles deveriam plantar, de acordo com o consumo. UOL - Existe alguma interlocução de vocês com a IFPA Brasil (Associação Internacional de Produtores de Alimentos Frescos) e a Abras (Associação Brasileira de Supermercados)? Azevedo e Perlman - Acabamos de renovar nossa filiação à IFPA e temos muito diálogo com eles para entender como podemos trabalhar junto ao setor de frutas. Também falamos com frequência com a Embrapa e temos pensado como trabalhar, principalmente, para soluções no pós-colheita. Em relação à Abras, estamos nos aproximando aos poucos e estamos dispostos a entender como os dados e a inteligência artificial podem contribuir com o varejo. |
| |
| |