|  | Carlos Fávaro, ministro da Agricultura | 17.ago.2023 - Antonio Araujo/Ministério da Agricultura |
| Preço dos alimentos cria rumores sobre saída de Fávaro do Mapa | | | Rumores de que Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária, poderia entregar o cargo ganharam tração nos corredores de Brasília esta semana. O aumento do preço dos alimentos e as medidas do governo federal para tentar controlar a situação são os motivos para que ele esteja demonstrando descontentamento. Isso porque ele não concorda com a estratégia de taxar exportações de soja, milho, carne e etanol. De acordo com uma fonte próxima ao Mapa, Fávaro tem se desdobrado para mostrar que as taxações destas cadeias produtivas criariam um grande racha entre governo e Congresso. Empresários rurais ligados às cadeias produtivas exportadoras têm alta influência na Frente Parlamentar da Agropecuária, cuja relação com Fávaro também não tem sido boa. Esta semana, o presidente da FPA, Pedro Lupion, disse à imprensa que não há relação da bancada com o ministro. Esta foi uma resposta para Fávaro, que criticou a ausência da FPA em pressionar a votação do LOA (Lei Orçamentária Anual), caso que levou à interrupção das linhas de crédito do Plano Safra e, posteriormente, a criação da medida provisório para crédito extraordinário de R$ 4,1 bilhões. Na quinta-feira (27), Fávaro recebeu representantes do setor de açúcar e etanol, biodiesel e carnes para discutir soluções para frear a inflação que recai sobre os alimentos - o setor de combustíveis tem influência neste cálculo. Na reunião, também estiveram presentes Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Bruno Moretti, secretário especial de Análise Governamental da Casa Civil, Guilherme Mello, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, entre outros. Até o momento, parece que pessoas ligadas à ala econômica do governo de Lula compreenderam que as taxações não têm cabimento. Ao UOL, a fonte consultada disse que "aplicar estas cotas não mostraria resultado efetivo no preço dos alimentos, além de desestimular a produção nacional que movimenta a balança comercial do país". |
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| Publicidade |  | | | Peixes de cultivo crescem no Brasil | A produção brasileira de peixes de cultivo foi de 968.745 toneladas em 2024, aumento de 9,21% em relação a 2023, segundo a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), entidade que realiza anualmente o levantamento da produção de peixes de cultivo no país. Somente de tilápia, a produção foi de 662.230 toneladas no ano passado. Esse resultado é 14,36% maior do que o obtido no ano anterior, impulsionando a espécie para 68,36% da produção total de peixes de cultivo no país. Em relação às exportações de peixe de cultivo, foram 13.792 toneladas e valor de US$ 59 milhões. | |
| Juros enfraquecem vendas de máquinas no agro | Após três anos seguidos de quedas, as vendas de máquinas e equipamentos registraram alta de 19,5% em janeiro, de acordo com a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos). Mesmo assim, a perspectiva para o segmento do agronegócio não é otimista, pois as elevadas taxas de juros impactam negativamente o desempenho do setor, enfraquecendo as vendas para o produtor rural. As importações das máquinas também compõem o cenário desafiador de recuperação das vendas para 2025, já que elas cresceram 19,3% no comparativo anual, sendo o maior volume já registrado para janeiro. | |
| | Desempenho da Brasilseg cresce com seguro rural | A Brasilseg, empresa BB Seguros, apresentou alta de 13,6% no lucro líquido em 2024. O Seguro Vida Produtor Rural e o Penhor Rural foram os principais drivers, com 21,2% e 28,1% de crescimento, respectivamente. Apesar de fundamental para o agronegócio, o seguro rural no Brasil ainda tem baixa penetração, correspondendo a apenas 10% da área plantada. Em países desenvolvidos, como os Estados Unidos, a área protegida chega a 80%. Segundo Amauri Vasconcelos, presidente da Brasilseg, existe uma oportunidade de expansão da proteção de grãos e pecuária. | |
| COP30 e o Agro | Representantes do agro têm se articulado para levar ao Ministério da Agricultura contribuições para que a agropecuária esteja contemplada de forma correta no Plano Clima, importante instrumento do Brasil para a COP30. Em encontro promovido pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, foi reforçada a necessidade de o governo federal saber diferenciar o cálculo percentual de uso da terra no país. Assim, setores da economia conseguem elaborar planos de ação mais específicos para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e contribuir com os compromissos assumidos no Acordo de Paris.
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| | GOVERNANÇA | Entrevista: Empresários rurais precisam aprimorar gestão de risco | | Em um momento em que o produtor rural se mostra preocupado com a questão de juros, as condições do crédito e as linhas de financiamento do Plano Safra, a consultoria Falconi faz um diagnóstico sobre a necessidade de se profissionalizar a gestão dos negócios. Andre Paranhos, vice-presidente de Agro da companhia, avalia que a administração dos empreendimentos rurais no país ainda não é compatível com o crescimento do setor. Governança e gestão de risco precisam conquistar maturidade a nível nacional. UOL - O agronegócio demanda um olhar complexo entre safras, processos antes e depois da porteira e toda a dinâmica do mercado internacional. Os produtores brasileiros, de maneira geral, estão sabendo administrar esse ambiente? Andre Paranhos - De fato, nosso agro tem especialistas, time técnico robusto, tecnologias e processos adequados na parte da lavoura. Mas quando falamos de outros elementos, como governança e sucessão, percebemos pouca formalização de papéis e responsabilidades. Há uma confusão entre o chapéu de executivo, de sócio, não há um conselho para tomar as grandes decisões. Há ausência de metas claras, bem definidas, que possam ser traduzidas para planejamento. Muitas propriedades não têm orçamento definido, e aí acontecem alguns atritos e visões distintas de estratégia. UOL - Então essa falta de estratégia está concentrada nos processos que vão além de plantio e colheita? Paranhos - Exato. A lida no campo, de plantar e colher, é muito eficiente, mas falta visão holística do negócio, principalmente quando vem uma safra boa, porque ela mascara diversas ineficiências. Nestes momentos, alguns empreendedores acabam tomando decisões inadequadas, como renovar a frota de maquinário, fazer alguns investimentos e, no ano seguinte, em algum ponto mais desafiante da safra, se vê em risco elevado. O produtor, por exemplo, sabe absorver as oscilações que existem de variação climática, só que muitas decisões estão enraizadas na cabeça dele, sem uma gestão em equipe, e isso dificulta o desdobramento em metas e indicadores de resultados. UOL - Isso está presente na grande maioria dos produtores do Brasil? Paranhos - Em um formulário de boas práticas de gestão, os produtores rurais estão sabendo preencher entre 40% e 45% dos requisitos. Os empresários rurais vão se aprimorar quando implantarem boas práticas e o resultado aparecer. Os grandes grupos produtores acabam servindo de exemplo para o mercado de um modo geral. Cooperativas são um segmento relevante aqui para a Falconi, pois conseguimos acessar dados de milhares de cooperados. Percebemos que a grande totalidade desses produtores de menor porte falham nesse planejamento estratégico e nessa visão de longo prazo, incluindo o acesso ao crédito. UOL - Avaliar os subsídios do Plano Safra ou as taxas de juros está dentro dessa gestão de risco? Paranhos - Isso, exatamente para mitigar danos possíveis lá na frente. Por isso a gestão deve incluir a questão das taxas de juros, a tomada de crédito e as condições de pagamento dos compromissos. Trabalhar com cenários de risco é algo muito salutar para a organização. De certa forma, você pode minimizar seus resultados, mas está protegendo o patrimônio, pois minimiza o impacto, principalmente entre safras. É importante entender qual a probabilidade de o risco ocorrer, mapear os cenários, saber usar as informações, transformá-las em conhecimento. Caso o risco se concretize, o cenário estará mapeado e haverá plano de contingência mais evidente, dando sustentabilidade à atividade rural. |
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