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Venezuela vai intensificar controle de preços

21/10/2015 05h38

Caracas, 21 Out 2015 (AFP) - O governo da Venezuela vai endurecer a política de controle de preços e as sanções aos especuladores, segundo uma série de medidas anunciadas na terça-feira pelo presidente Nicolás Maduro para conter o acelerado aumento do custo de vida.

"Vamos apertar a lei de preços justos", disse Maduro em seu programa semanal de rádio e televisão, ao anunciar uma reforma que estabelece um controle ferrenho ao custo dos produtos básicos e outros bens de consumo.

As medidas, anunciadas um mês e meio antes das eleições legislativas de 6 de dezembro, pretendem conter a inflação galopante, que segundo Maduro deve ficar próxima de 85% em 2015.

"Vamos fechar as comportas às práticas para roubar o povo. Aumentaremos as sanções a todo aquele que estiver remarcando produtos", completou o presidente venezuelano, que também prometeu aumentar a punição aos especuladores.

Maduro advertiu que as sanções afetarão os que violam o controle cambial e fixam preços tomando como referência o dólar paralelo - 125 vezes mais caro que a menor taxa oficial.

O atual sistema estabelece uma tabela de "preços justos", publicada na internet, mas o presidente venezuelano disse que a lei foi "invadida e pulverizada" pelos especuladores.

Maduro disse que a lei fixa um lucro de 30% para os comerciantes, mas "criaram vínculos com a cadeia intermediária e a cada etapa adicionam 30%".

"Vamos mudar todos os mecanismos de cálculo do preço justo", disse.

Os detalhes serão apresentados em breve, segundo Maduro, que antecipou a criação de uma categoria que determinará um "preço máximo de venda ao público" que incluirá produtos de toda a economia nacional.

"Estamos elevando as penas de prisão porque a lei tem que voltar a ser implacável em tempos de guerra econômica", afirmou Maduro, que atribuiu a crise aos empresários e à oposição, assim como às máfias do contrabando.

Economistas e empresas de consultoria afirmam que a inflação da Venezuela deve superar 200% no conjunto de 2015, em um cenário de escassez de dois em cada três produtos básicos e profunda desvalorização da moeda nacional.

Analistas consideram que o controle de prelos e do sistema cambial provoca muitas distorções da economia venezuelana, ao desestimular a produção nacional.