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Argentina anuncia redução de imposto para a classe média

Marcos Brindicci/Reuters - 11.dez.2015
Imagem: Marcos Brindicci/Reuters - 11.dez.2015

18/02/2016 19h33

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou nesta quinta-feira (18) a redução do imposto de renda, reivindicada pelos sindicatos, e que beneficia os assalariados médios.

O anúncio é feito em meio à pressão sindical por aumentos salariais diante de uma inflação que chegou em 2015 a 30% e foi de 3,6% em janeiro, segundo medições privadas.

A medida anunciada por Macri é retroativa a janeiro e eleva de 20 mil para 30 mil pesos (US$ 2.000) o piso a partir do qual se cobra o tributo pago por 1,1 milhão de assalariados.

"Agradeço-lhes a flexibilidade, muitos achavam que tínhamos de dar mais, mas são etapas", disse Macri diante de ministros, governadores e sindicalistas na Casa de Governo.

Na semana passada, o tema tinha sido abordado na primeira reunião que Macri manteve com representantes sindicais desde que assumiu, em 10 de dezembro.

"É um avanço, mas faltam muitos temas", destacou após o ato Hugo Moyano, titular de uma das cinco centrais operárias que faziam várias greves nos últimos anos para pedir a eliminação do imposto.

Os sindicatos pedem que sejam revistas as escalas para a aplicação do imposto que têm um cálculo escalonado com uma alíquota máxima de 35%.

Sindicatos seguem pedindo aumentos

Estima-se que estas mudanças tenham feito parte de um projeto de lei que será enviado ao Congresso a partir de 1º de março, quando começarem as sessões ordinárias.

Moyano indicou que apesar do anúncio, os sindicatos manterão sua reivindicação de conseguir aumentos salariais em torno de 32% e considerou "desatualizado" o piso a partir do qual será pago o imposto.

"O clima das 'paritarias' [negociações salariais entre sindicatos e empresas] é o mesmo, o piso é 32% de aumento", disse Moyano sobre o peso do anúncio ao lembrar que aqueles trabalhadores que não são beneficiados pelas mudanças "tiveram um efeito muito duro da inflação" sobre seus salários.

O governo estabelece uma meta inflacionária de 20% a 25% para este ano e pretende que as discussões salariais se enquadrem nesta faixa.
Macri anunciou, ainda, uma ampliação da ajuda do Estado para os salários mais baixos.