Metade do patrimônio natural da Unesco está ameaçada
Paris, 6 Abr 2016 (AFP) - Sítios excepcionais, que integram a lista de Patrimônio Mundial declarada pela Unesco, estão ameaçados pelas atividades econômicas, alerta a ONG World Wildlife Fund (WWF) em um relatório publicado nesta quarta-feira.
No documento intitulado "Proteção dos homens preservando a natureza" são citadas áreas como as florestas úmidas de Madagascar, o Parque Nacional na Espanha, a reserva animal na Tanzânia e os recifes da América Central.
"Entre os 229 sítios inscritos no Patrimônio Mundial, 114 estão afetados por atividades industriais nefastas", adverte o estudo.
"Segundo a Unesco, estes sítios encarnam a noção de área protegida por excelência", recorda a WWF, que se baseia em um censo realizado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
No entanto, a classificação de da Unesco não é necessariamente sinônimo de proteção exemplar, demonstra o informe.
"Entre outras ativistas nefastas, geralmente obra de multinacionais e suas filiais, se pode citar a prospecção e extração de petróleo e gás, a exploração florestal ilegal, a criação de grandes infraestruturas, a pesca abusiva e a superexploração de recursos aquíferos", resume a ONG.
Não existe nenhum continente ao amparo dos problemas assinalados pela WWF, que pede a governos e empresas que ajam a favor de um futuro sustentável para os citados sítios.
A Unesco, que aceitou declarar estes locais como parte do Patrimônio Mundial a pedido dos Estados, não tem poder para obrigar os governos a protegê-los.
Como último recurso, o organismo da ONU pode retirá-los da lista, como já aconteceu com Omã, no caso o santuário do oryx árabe, um tipo de antílope, ameaçado pela caça clandestina.
O relatório destaca, além disso, que atentar contra um patrimônio dotado de um valor universal excepcional coloca em questão a capacidade destas áreas de proporcionar benefícios econômicos, sociais e ambientais para 11 milhões de pessoas que dependem deles.
Cerca de um milhão de pessoas vive nos 119 sítios declarados pela Unesco e que estão ameaçados; outros dez milhões habitam seus arredores.
As florestas tropicais da ilha de Sumatra, na Indonésia, por exemplo, causam muita preocupação porque o sítio compreende três parques nacionais com importantes aquíferos que abastecem milhões de pessoas. No entanto, estão ameaças pela concessões estatais de exploração (minas, petróleo, gás).
Da mesma forma, na Espanha, o Parque Nacional de Doñana, que recebe anualmente milhões de aves migratórias, foi vítima em 1998 de uma vasta contaminação provocada por dejetos de mineração (lama tóxica e água ácida). Em 2015, o governo espanhol concedeu novamente direitos de extração para uma empresa mexicana (Grupo México).
Entre os sítios marinhos, os recifes de Belize na América Central compreendem sete áreas protegidas e integradas à maior barreira de coral do continente americano, que em 2009 foi declarada em perigo.
ces-ltl/avl/cn
No documento intitulado "Proteção dos homens preservando a natureza" são citadas áreas como as florestas úmidas de Madagascar, o Parque Nacional na Espanha, a reserva animal na Tanzânia e os recifes da América Central.
"Entre os 229 sítios inscritos no Patrimônio Mundial, 114 estão afetados por atividades industriais nefastas", adverte o estudo.
"Segundo a Unesco, estes sítios encarnam a noção de área protegida por excelência", recorda a WWF, que se baseia em um censo realizado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
No entanto, a classificação de da Unesco não é necessariamente sinônimo de proteção exemplar, demonstra o informe.
"Entre outras ativistas nefastas, geralmente obra de multinacionais e suas filiais, se pode citar a prospecção e extração de petróleo e gás, a exploração florestal ilegal, a criação de grandes infraestruturas, a pesca abusiva e a superexploração de recursos aquíferos", resume a ONG.
Não existe nenhum continente ao amparo dos problemas assinalados pela WWF, que pede a governos e empresas que ajam a favor de um futuro sustentável para os citados sítios.
A Unesco, que aceitou declarar estes locais como parte do Patrimônio Mundial a pedido dos Estados, não tem poder para obrigar os governos a protegê-los.
Como último recurso, o organismo da ONU pode retirá-los da lista, como já aconteceu com Omã, no caso o santuário do oryx árabe, um tipo de antílope, ameaçado pela caça clandestina.
O relatório destaca, além disso, que atentar contra um patrimônio dotado de um valor universal excepcional coloca em questão a capacidade destas áreas de proporcionar benefícios econômicos, sociais e ambientais para 11 milhões de pessoas que dependem deles.
Cerca de um milhão de pessoas vive nos 119 sítios declarados pela Unesco e que estão ameaçados; outros dez milhões habitam seus arredores.
As florestas tropicais da ilha de Sumatra, na Indonésia, por exemplo, causam muita preocupação porque o sítio compreende três parques nacionais com importantes aquíferos que abastecem milhões de pessoas. No entanto, estão ameaças pela concessões estatais de exploração (minas, petróleo, gás).
Da mesma forma, na Espanha, o Parque Nacional de Doñana, que recebe anualmente milhões de aves migratórias, foi vítima em 1998 de uma vasta contaminação provocada por dejetos de mineração (lama tóxica e água ácida). Em 2015, o governo espanhol concedeu novamente direitos de extração para uma empresa mexicana (Grupo México).
Entre os sítios marinhos, os recifes de Belize na América Central compreendem sete áreas protegidas e integradas à maior barreira de coral do continente americano, que em 2009 foi declarada em perigo.
ces-ltl/avl/cn
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.