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EUA denunciam interpretações 'enganosas' do TTIP após publicação de documentos

02/05/2016 21h03

Washington, 3 Mai 2016 (AFP) - Os Estados Unidos denunciaram nessa segunda-feira as interpretações "enganosas" sobre o tratado de livre-comércio que pretende assinar com a União Europeia (TTIP), após a revelação de documentos confidenciais do acordo, e garantiram que o documento não prejudicará as regras de proteção sanitária e ambiental.

"As interpretações que são feitas desses documentos parecem ser, no melhor dos casos, enganosas, e no pior, totalmente erradas", declarou um porta-voz da Representação americana de Comércio Exterior (USTR), em negociação com a Comissão Europeia.

A organização ambientalista Greenpeace publicou nessa segunda-feira documentos confidenciais do projeto de acordo que confirmam, segundo a ONG, que permitirá a desrregularização generalizada nos âmbitos da saúde, do clima e do meio ambiente em benefício das grandes empresas.

"O TTIP preservará, e não prejudicará, nossos importantes padrões de proteção do consumidor, da saúde e do meio ambiente, e dispõe que Estados Unidos e UE trabalhem juntos para elevar esses padrões no mundo", disse o porta-voz do USTR em um comunicado.

A administração do presidente Barack Obama usou todos os meios ao seu alcance para conseguir um acordo antes do fim do seu segundo mandato, em janeiro do ano que vem.

O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse na segunda-feira: "Não estamos particularmente preocupados com esses supostos vazamentos".

Seu colega do departamento de Estado, John Kirby, reafirmou que os membros da administração "continuam acreditando que é possível" chegar a um acordo antes que termine o mandato de Obama. "Trabalharemos duramente para consegui-lo", afirmou.

Na manhã desta segunda-feira, a Comissão Europeia lamentou os "mal entendidos" e tentou acalmar a preocupação da sociedade civil.

Negociado desde meados de 2013 baixo segredo, o acordo também chamado TAFTA busca eliminar as barreiras comerciais e regulamentárias dos dois lado do Atlântico a fim de criar uma ampla zona de livre comércio capaz de estimular a atividade econômica.