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Solar Impulse 2 decola de NY e inicia voo transatlântico

20/06/2016 16h13

Nova York, 20 Jun 2016 (AFP) - O avião Solar Impulse 2 iniciou nesta segunda-feira uma perigosa travessia transatlântica, após decolar em Nova York, na 15ª etapa de uma volta ao mundo inédita usando o sol como único combustível para promover as energias renováveis.

Às 2h30 de Nova York (3h30 em Brasília), o príncipe Alberto de Mônaco, onde está o centro de controle de operações da travessia, deu autorização ao piloto suíço Bertrand Piccard para decolar do aeroporto John F. Kennedy.

Piccard poderá ter apenas breves momentos de sono durante as 90 horas da viagem, que deve terminar no aeroporto espanhol de Sevilha.

"É a primeira vez que decolo do JFK", declarou em uma transmissão ao vivo feita no avião, enquanto subia para o céu escuro.

Após quase oito horas de voo, o piloto publicou no Twitter: "7% do voo transatlântico já concluído! #Europa, está pronta para o regresso do #Si2 ao continente?"

Piccard, 58 anos, se alterna com o compatriota André Borschberg, 63, no comando do Solar Impulse 2, um avião de quatro hélices movidas pela energia fornecida por suas 17.000 células fotovoltaicas instaladas nas asas.

"Desta vez sou eu que estou na cabine, mas voamos juntos", disse Piccard ao colega antes de entrar no avião, que só pode transportar um tripulante por vez.

Com o peso de um carro e uma envergadura de 72 metros, a aeronave voa a uma velocidade que geralmente não passa de 50 km/h, mas que pode dobrar com uma exposição direta ao sol.

Por ser leve (1,5 toneladas), o Solar Impulse 2 é muito sensível às turbulências.

Atrasos e problemas técnicosO avião realiza sobre o Atlântico a 15ª etapa da sua volta ao mundo, iniciada em 9 de março de 2015 em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

Depois de pousar em Sevilha, o Solar Impulse 2 ainda deverá concluir o último terço da viagem de 35.000 quilômetros, atravessando a Europa e o Oriente Médio até voltar ao seu ponto de partida.

Em sua etapa mais longa, o Solar Impulse 2 voou 118 horas de Nagoya (Japão) até a ilha americana do Havaí.

O piloto André Borschberg foi o responsável por conduzir a aeronave durante essa longa etapa, de 6.437 quilômetros, sobre o Pacífico ocidental.

Até agora o avião atravessou a Ásia (com escalas em Mascate, Ahmedabad e Varanasi, na Índia; Mandalay, na Birmânia; Chongqing e Nankin, na China; e Nagoya, no Japão), o Pacífico (com escala no Havaí), e os Estados Unidos (com escalas em San Francisco, Phoenix, Tulsa, Dayton, Lehigh Valley e Nova York).

No Havaí, teve que fazer uma longa escala técnica de quase 10 meses para consertar algumas baterias, danificadas na primeira etapa do voo sobre o Pacífico, que durou cinco dias entre Nagoya e a ilha americana.

Os pilotos se revezam em uma pequena cabine despressurizada de 3,8 metros cúbicos, que reúne equipamentos de alta tecnologia, e respiram através de tanques de oxigênio.

A cabine é revestida com uma espuma isolante que permite enfrentar as temperaturas extremas durante o voo, que variam entre 40 e -40 graus Celsius.

Construído na Suíça, o Solar Impulse 2 foi levado à Abu Dhabi em janeiro de 2015 em um avião de carga.

A viagem total deveria ter durado cinco meses, de março a agosto de 2015, mas problemas com o clima levaram a vários atrasos entre as etapas.