'Fracking verde' pode combater o aquecimento global (estudo)
Paris, 29 Jun 2016 (AFP) - Adicionar dióxido de carbono (CO2) em vez de água na mistura usada no fraturamento hidráulico (fracking) pode aumentar a extração de petróleo e gás de xisto e, ao mesmo tempo, ajudar a combater o aquecimento global, de acordo com um estudo publicado recentemente na revista científica Nature Communications.
A técnica de fracking consiste em injetar água, areia e produtos químicos dentro de formações rochosas para liberar combustíveis fósseis. A introdução à alta pressão dessa mistura cria pequenas fissuras na rocha, provocando a liberação de metano.
O uso de água funciona bem no início, mas a eficácia vai diminuindo gradualmente, seguida por um "rápido declínio da produtividade", disse à AFP Benoit Coasne, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, principal autor do estudo.
Em um nível microscópico, a água ajuda a formar "barreiras de energia" que eventualmente limitam o número de moléculas de metano que podem ser extraídas, afirmou o pesquisador.
Coasne e seus colegas usaram simulações de computador e modelos estatísticos para procurar uma maneira de aprimorar o método.
Eles descobriram que trocar a água por CO2 - aquecido até ficar entre líquido e gasoso - eliminaria o problema, prolongando assim a vida útil de um poço de fracking.
"Nosso estudo demonstra que soluções alternativas são possíveis", disse Coasne.
Há também um potencial benefício colateral: o dióxido de carbono substituiria naturalmente o metano no interior dos poros da rocha, o que "aumenta as esperanças de que o CO2 possa ser armazenado no solo".
O CO2 é, de longe, o maior responsável pelo aquecimento global.
Efeito bumerangue Os críticos do fracking alertam sobre seus impactos ambientais, principalmente a contaminação da água e a possibilidade de desencadear terremotos.
Não se sabe a quantidade de metano - um gás do efeito estufa 25 vezes mais potente que o CO2 - que vaza para a atmosfera durante o fraturamento hidráulico.
A equipe de Coasne não calculou qual seria o custo de usar CO2 no líquido do fracking, ou quanto desse gás poderia ser armazenado com segurança no subsolo.
Passar da teoria para a prática "é um grande passo", reconheceu Coasne, e mais pesquisas são necessárias para determinar se a ideia é viável.
"Acreditamos que é importante apresentar fatos científicos para ajudar os políticos e o público a decidirem", acrescentou o pesquisador.
O fracking transformou o mercado de energia dos EUA na última década, e já é responsável por dois terços do gás natural e metade do petróleo bruto produzidos no país.
Em 2000, a técnica era responsável por menos de 2% da produção nacional de petróleo.
Esse aumento tem contribuído para uma queda nos preços globais do petróleo que, em uma espécie de efeito 'bumerangue', acabou atingindo com força o setor do fracking. Dezenas de perfuradores de xisto declararam falência no ano passado.
Especialistas dizem que o preço atual do petróleo, de cerca de 50 dólares por barril, é o limite para que a extração de gás de xisto seja rentável.
A técnica de fracking consiste em injetar água, areia e produtos químicos dentro de formações rochosas para liberar combustíveis fósseis. A introdução à alta pressão dessa mistura cria pequenas fissuras na rocha, provocando a liberação de metano.
O uso de água funciona bem no início, mas a eficácia vai diminuindo gradualmente, seguida por um "rápido declínio da produtividade", disse à AFP Benoit Coasne, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, principal autor do estudo.
Em um nível microscópico, a água ajuda a formar "barreiras de energia" que eventualmente limitam o número de moléculas de metano que podem ser extraídas, afirmou o pesquisador.
Coasne e seus colegas usaram simulações de computador e modelos estatísticos para procurar uma maneira de aprimorar o método.
Eles descobriram que trocar a água por CO2 - aquecido até ficar entre líquido e gasoso - eliminaria o problema, prolongando assim a vida útil de um poço de fracking.
"Nosso estudo demonstra que soluções alternativas são possíveis", disse Coasne.
Há também um potencial benefício colateral: o dióxido de carbono substituiria naturalmente o metano no interior dos poros da rocha, o que "aumenta as esperanças de que o CO2 possa ser armazenado no solo".
O CO2 é, de longe, o maior responsável pelo aquecimento global.
Efeito bumerangue Os críticos do fracking alertam sobre seus impactos ambientais, principalmente a contaminação da água e a possibilidade de desencadear terremotos.
Não se sabe a quantidade de metano - um gás do efeito estufa 25 vezes mais potente que o CO2 - que vaza para a atmosfera durante o fraturamento hidráulico.
A equipe de Coasne não calculou qual seria o custo de usar CO2 no líquido do fracking, ou quanto desse gás poderia ser armazenado com segurança no subsolo.
Passar da teoria para a prática "é um grande passo", reconheceu Coasne, e mais pesquisas são necessárias para determinar se a ideia é viável.
"Acreditamos que é importante apresentar fatos científicos para ajudar os políticos e o público a decidirem", acrescentou o pesquisador.
O fracking transformou o mercado de energia dos EUA na última década, e já é responsável por dois terços do gás natural e metade do petróleo bruto produzidos no país.
Em 2000, a técnica era responsável por menos de 2% da produção nacional de petróleo.
Esse aumento tem contribuído para uma queda nos preços globais do petróleo que, em uma espécie de efeito 'bumerangue', acabou atingindo com força o setor do fracking. Dezenas de perfuradores de xisto declararam falência no ano passado.
Especialistas dizem que o preço atual do petróleo, de cerca de 50 dólares por barril, é o limite para que a extração de gás de xisto seja rentável.
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