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EUA registram 13 primeiros casos de infecção fúngica mortal

04/11/2016 18h22

Miami, 4 Nov 2016 (AFP) - Treze casos de uma infecção fúngica que pode ser mortal e que muitas vezes é resistente aos medicamentos, a Candida auris, foram relatados nos Estados Unidos pela primeira vez, disseram autoridades de saúde nesta sexta-feira.

A infecção, que muitas vezes se espalha em hospitais e em outras instalações de cuidados de saúde, foi identificada pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) em junho de 2016 como uma ameaça global emergente.

Quatro dos pacientes diagnosticados com a infecção morreram, embora as causas específicas não tenham ficado claras, informaram os CDC.

"Precisamos agir agora para entender melhor, controlar e parar a disseminação desse fungo resistente aos medicamentos", disse o diretor do CDC, Tom Frieden.

"Esta é uma ameaça emergente e precisamos proteger os pacientes vulneráveis e outros", acrescentou.

O relatório publicado no Boletim Semanal de Morbidade e Mortalidade dos CDC descreveu sete dos casos, que ocorreram entre maio de 2013 e agosto de 2016.

Outros seis "foram identificados após o período coberto pelo relatório e ainda estão sob investigação", disse.

Os primeiros sete casos foram registrados em Nova York, Illinois, Maryland e Nova Jersey.

"Todos os pacientes tinham condições médicas graves subjacentes e tinham sido hospitalizados por em média 18 dias quando o C. auris foi identificado", afirma o relatório.

Sobre os quatro que morreram, "não está claro se as mortes foram associadas com a infecção pelo C. auris ou com condições de saúde subjacentes".

No total, 71% das cepas do C. auris em pacientes dos Estados Unidos "mostraram alguma resistência aos medicamentos, tornando o tratamento mais difícil", afirmou o relatório do CDC.

"Amostras de cepas do C. auris de outros países mostraram resistência às três principais classes de remédios antifúngicos", acrescentou.

Embora os testes de laboratório tenham mostrado que as cepas americanas estavam relacionadas com as cepas do sul da Ásia e da América do Sul, nenhum dos pacientes tinha viajado nem tinha tido qualquer ligação direta com essas regiões.

As autoridades sanitárias acreditam que as infecções nos Estados Unidos foram contraídas localmente.

"Parece que o C. auris chegou aos Estados Unidos apenas nos últimos anos", disse Tom Chiller, chefe do Departamento de Doenças Micóticas do CDC.

"Estamos trabalhando duro com parceiros para entender melhor esse fungo e como ele se espalha, para que possamos melhorar as recomendações de controle da infecção e ajudar a proteger as pessoas", completou.