Vitória de Trump agita mercados, que se recuperam com Wall Street
Londres, 9 Nov 2016 (AFP) - A vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos agitou os mercados nesta quarta-feira, sem chegar a gerar pânico.
Os mercados financeiros sofreram perdas - em especial com a forte queda do peso mexicano - após o surpreendente resultado eleitoral dos EUA. No entanto, não houve pânico e a reação foi menos intensa do que depois do Brexit.
Contrariando os prognósticos, Wall Street fechou em alta: o índice Dow Jones Industrial avançou 1,4%, a 18.589,69 unidades. O índice ampliado S&P 500 subiu 1,1%, a 2.163,26 unidades, enquanto o tecnológico Nasdaq teve alta de 1,1%, a 5.251,07 unidades.
À tarde, Londres fechou com alta de 1%, Frankfurt, de 1,6% e Paris, de 1,5%. Madri recuou 0,40% e Milão teve queda de 0,10%.
Um exemplo simbólico de calma foi o dólar, que em um primeiro momento, às 05h05 GMT (03H05 horário de Brasília) atingiu o nível mais baixo em dois meses (1,13 dólar o euro), mas que se recuperou depois, a 1,0944 dólar, em comparação com a cotação de 1,1020 na terça-feira.
Em relação ao iene, o dólar perdeu terreno, fechando a 104,76 ienes.
"Durante a noite, os mercados (asiáticos) sofreram um golpe, mas uma vez superada a surpresa, e graças ao fato de Hillary Clinton não ter questionado a vitória e de o primeiro discurso de Trump ter sido conciliador, não houve pânico, como aconteceu após o voto a favor do Brexit", explicou à AFP Alain Zeitouni, diretor de gestão da Russell Investments France, baseado em Londres.
Em Tóquio, a Bolsa fechou em queda de 5,36%, com o índice Nikkei dos 225 principais valores recuando 919,84 pontos, a 16.251,54 unidades.
Hong Kong fechou em baixa de 2,2%. Também registraram quedas as Bolsas de Sydney (-2%), Xangai (-1,3%) e Mumbai (-6%), esta última também afetada por um anúncio do governo indiano para combater a lavagem de dinheiro.
Peso mexicano paga o patoA moeda mexicana - termômetro da opinião dos mercados nestas últimas semanas sobre as eleições -, foi a que teve maior queda. Na Ásia, chegou a perder 14%.
A Bolsa Mexicana de Valores, que despencou 3,18% na abertura desta quarta-feira, fechou com queda de 2,23%.
O peso mexicano fechou com forte queda de 7,18%, segundo dados do banco privado Citibanamex. A moeda foi cotada 20,20 o dólar, contra 18,75 de terça-feira, enquanto na categoria interbancária foi cotada a 19,91 contra 18,64 da véspera.
O México temia a vitória de Trump, que ameaçou renegociar os acordos de livre-comércio, expulsar milhões de migrantes ilegais dos Estados Unidos e construir um muro na fronteira com o país vizinho.
"As eleições (nos Estados Unidos) são cruciais não só para o peso mexicano, como também para o México", comentou para a agência Bloomberg News Carlos Rodado, especialista da América Latina na Natixis em Nova York.
"Esses comícios poderiam determinar o futuro do comércio entre os dois países e questionar 20 anos de integração econômica", acrescentou.
No Brasil, o real foi cotado 3,21 o dólar, uma queda de 1,37%. A moeda chegou a cair para 3,238 durante a manhã. A Bolsa de São Paulo também recuou, com queda de 1,4%.
Mudanças 'radicais'Agora os mercados de todo o mundo esperam saber o que o futuro presidente dos Estados Unidos fará. Se o programa anunciado por Donald Trump durante a campanha se concretizar, "as mudanças econômicas podem ser radicais" estima Alain Zeitouni.
Ele lembra que Donald Trump "vem do mundo dos negócios, sabe a importância do crescimento econômico e, com uma Câmara de Representantes e um Senado republicanos, tem o caminho livre".
Mas até o momento, a dificuldade para os mercados, segundo o especialista, e que "essa vitória levante mais dúvidas do que as respostas que oferece".
bur-abx/fz/jz/lmm./cc/mvv
STIFEL FINANCIAL CORP
Os mercados financeiros sofreram perdas - em especial com a forte queda do peso mexicano - após o surpreendente resultado eleitoral dos EUA. No entanto, não houve pânico e a reação foi menos intensa do que depois do Brexit.
Contrariando os prognósticos, Wall Street fechou em alta: o índice Dow Jones Industrial avançou 1,4%, a 18.589,69 unidades. O índice ampliado S&P 500 subiu 1,1%, a 2.163,26 unidades, enquanto o tecnológico Nasdaq teve alta de 1,1%, a 5.251,07 unidades.
À tarde, Londres fechou com alta de 1%, Frankfurt, de 1,6% e Paris, de 1,5%. Madri recuou 0,40% e Milão teve queda de 0,10%.
Um exemplo simbólico de calma foi o dólar, que em um primeiro momento, às 05h05 GMT (03H05 horário de Brasília) atingiu o nível mais baixo em dois meses (1,13 dólar o euro), mas que se recuperou depois, a 1,0944 dólar, em comparação com a cotação de 1,1020 na terça-feira.
Em relação ao iene, o dólar perdeu terreno, fechando a 104,76 ienes.
"Durante a noite, os mercados (asiáticos) sofreram um golpe, mas uma vez superada a surpresa, e graças ao fato de Hillary Clinton não ter questionado a vitória e de o primeiro discurso de Trump ter sido conciliador, não houve pânico, como aconteceu após o voto a favor do Brexit", explicou à AFP Alain Zeitouni, diretor de gestão da Russell Investments France, baseado em Londres.
Em Tóquio, a Bolsa fechou em queda de 5,36%, com o índice Nikkei dos 225 principais valores recuando 919,84 pontos, a 16.251,54 unidades.
Hong Kong fechou em baixa de 2,2%. Também registraram quedas as Bolsas de Sydney (-2%), Xangai (-1,3%) e Mumbai (-6%), esta última também afetada por um anúncio do governo indiano para combater a lavagem de dinheiro.
Peso mexicano paga o patoA moeda mexicana - termômetro da opinião dos mercados nestas últimas semanas sobre as eleições -, foi a que teve maior queda. Na Ásia, chegou a perder 14%.
A Bolsa Mexicana de Valores, que despencou 3,18% na abertura desta quarta-feira, fechou com queda de 2,23%.
O peso mexicano fechou com forte queda de 7,18%, segundo dados do banco privado Citibanamex. A moeda foi cotada 20,20 o dólar, contra 18,75 de terça-feira, enquanto na categoria interbancária foi cotada a 19,91 contra 18,64 da véspera.
O México temia a vitória de Trump, que ameaçou renegociar os acordos de livre-comércio, expulsar milhões de migrantes ilegais dos Estados Unidos e construir um muro na fronteira com o país vizinho.
"As eleições (nos Estados Unidos) são cruciais não só para o peso mexicano, como também para o México", comentou para a agência Bloomberg News Carlos Rodado, especialista da América Latina na Natixis em Nova York.
"Esses comícios poderiam determinar o futuro do comércio entre os dois países e questionar 20 anos de integração econômica", acrescentou.
No Brasil, o real foi cotado 3,21 o dólar, uma queda de 1,37%. A moeda chegou a cair para 3,238 durante a manhã. A Bolsa de São Paulo também recuou, com queda de 1,4%.
Mudanças 'radicais'Agora os mercados de todo o mundo esperam saber o que o futuro presidente dos Estados Unidos fará. Se o programa anunciado por Donald Trump durante a campanha se concretizar, "as mudanças econômicas podem ser radicais" estima Alain Zeitouni.
Ele lembra que Donald Trump "vem do mundo dos negócios, sabe a importância do crescimento econômico e, com uma Câmara de Representantes e um Senado republicanos, tem o caminho livre".
Mas até o momento, a dificuldade para os mercados, segundo o especialista, e que "essa vitória levante mais dúvidas do que as respostas que oferece".
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