Temer tenta 'salvar' país, mas será capaz de salvar a própria pele?
Rio de Janeiro, 14 dez 2016 (AFP) - Em meio a escândalos de corrupção, bombas de gás lacrimogêneo nas ruas e confusões no Congresso, a coisa está feia para o presidente Michel Temer, que tenta dar a volta por cima na crise da maior economia da América Latina.
O governo aplaudiu na terça-feira a aprovação no Senado do teto dos gastos públicos durante 20 anos, a PEC 55, uma medida sem precedentes, a primeira de seu pacote de austeridade.
"Esta foi uma medida histórica", disse o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, escolhido por Temer para tirar o Brasil da pior recessão em décadas.
Mas o presidente, que chegou ao poder em agosto depois do impeachment da presidente Dilma Rousseff, tem poucos motivos para comemorar.
A segunda parte de seu pacote de austeridade, que prevê aumentar a idade mínima da aposentadoria para 65 anos, enfrenta uma acolhida muito mais hostil no Congresso, enquanto os protestos se tornam cada vez mais intensos nas ruas.
Sobre o governo, inclusive o próprio Temer, pesa também o espectro de denúncias de corrupção envolvendo, principalmente, o escândalo na Petrobras, o que deixa em pânico a elite política e empresarial do país.
Credibilidade em queda livreQuando Dilma sofreu o impeachment, em agosto, grande parte do país respirou aliviada. Reeleita para um segundo mandato em 2014, sua impopularidade cresceu como espuma, no momento em que o declínio e a corrupção pareciam não ter fim.
Temer (PMDB-SP), um político veterano da centro-direita, que foi vice de Dilma Rousseff (PT) em uma coalizão incômoda, tomou as rédeas logo depois para terminar o mandato em 2018.
Temer instalou um novo governo e assumiu uma mudança radical, virando a página de mais de uma década de políticas de esquerda.
Sua posição foi ao encontro das demandas dos investidores e dos grupos econômicos que apoiaram a destituição de Dilma.
Mas rapidamente ele se tornou tão impopular quanto Dilma, com apenas 10% da população considerando que seu governo faz um bom trabalho.
Uma pesquisa da Datafolha, publicada na terça-feira, mostrou que 60% dos entrevistados são contrários ao congelamento dos gastos públicos.
Diferentemente de Dilma, Temer tem forte apoio do Congresso, embora já estejam aparecendo fissuras.
O apoio a seu teto de gastos no Senado caiu de 61 senadores na primeira votação para 53 na segunda, na terça-feira. Também há sinais de que brigas internas dentro da coalizão de Temer farão com que o apoio às reformas da previdência seja ainda mais difícil.
Além disso, a intensidade dos protestos populares está crescendo. Embora longe de ser tão grandes quanto as marés humanas que pediram o impeachment de Dilma, os manifestantes anti-Temer se destacaram nas últimas semanas por confrontos violentos com a polícia.
Redemoinho de corrupçãoNo mês passado, legisladores apresentaram uma solicitação para pedir o impeachment de Temer.
Michael Mohallem, professor de direito e especialista em política da Fundação Getúlio Vargas, disse que Temer ainda não está perto de cair.
A situação é "igualmente crítica a quando estava a presidente Dilma ou inclusive pior. Mas ele tem o apoio do Congresso, sendo assim é muito pouco provável que siga por esse caminho", afirmou Mohallem.
"Mas enquanto o clima se torna mais complexo, sua situação fica mais frágil", afirmou.
O núcleo dos problemas de Temer é o gigantesco escândalo de corrupção na Petrobras, que atinge grande parte do Congresso e do governo.
A Operação Lava Jato já derrubou vários membros do governo Temer.
O conselheiro do presidente José Yunes foi o último a cair após estar envolvido nas investigações. Segundo a imprensa, o secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco, também estaria a ponto de pedir demissão.
A Lava Jato entra em uma nova etapa com as delações premiadas de mais de 70 funcionários da Odebrecht, empreiteira envolvida em diversos esquemas de corrupção.
Até mesmo Temer foi mencionado, em um depoimento que vazou, segundo o qual ele teria pedido doações ilegais à Odebrecht. O presidente respondeu que não fez nada de errado.
Como se não bastasse, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) avalia se a eleição de Dilma em 2014, com Temer como vice, deve ser cancelada por recursos ilegais de campanha. Neste caso, o presidente perderia o mandato e haveria eleições indiretas antecipadas.
O governo aplaudiu na terça-feira a aprovação no Senado do teto dos gastos públicos durante 20 anos, a PEC 55, uma medida sem precedentes, a primeira de seu pacote de austeridade.
"Esta foi uma medida histórica", disse o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, escolhido por Temer para tirar o Brasil da pior recessão em décadas.
Mas o presidente, que chegou ao poder em agosto depois do impeachment da presidente Dilma Rousseff, tem poucos motivos para comemorar.
A segunda parte de seu pacote de austeridade, que prevê aumentar a idade mínima da aposentadoria para 65 anos, enfrenta uma acolhida muito mais hostil no Congresso, enquanto os protestos se tornam cada vez mais intensos nas ruas.
Sobre o governo, inclusive o próprio Temer, pesa também o espectro de denúncias de corrupção envolvendo, principalmente, o escândalo na Petrobras, o que deixa em pânico a elite política e empresarial do país.
Credibilidade em queda livreQuando Dilma sofreu o impeachment, em agosto, grande parte do país respirou aliviada. Reeleita para um segundo mandato em 2014, sua impopularidade cresceu como espuma, no momento em que o declínio e a corrupção pareciam não ter fim.
Temer (PMDB-SP), um político veterano da centro-direita, que foi vice de Dilma Rousseff (PT) em uma coalizão incômoda, tomou as rédeas logo depois para terminar o mandato em 2018.
Temer instalou um novo governo e assumiu uma mudança radical, virando a página de mais de uma década de políticas de esquerda.
Sua posição foi ao encontro das demandas dos investidores e dos grupos econômicos que apoiaram a destituição de Dilma.
Mas rapidamente ele se tornou tão impopular quanto Dilma, com apenas 10% da população considerando que seu governo faz um bom trabalho.
Uma pesquisa da Datafolha, publicada na terça-feira, mostrou que 60% dos entrevistados são contrários ao congelamento dos gastos públicos.
Diferentemente de Dilma, Temer tem forte apoio do Congresso, embora já estejam aparecendo fissuras.
O apoio a seu teto de gastos no Senado caiu de 61 senadores na primeira votação para 53 na segunda, na terça-feira. Também há sinais de que brigas internas dentro da coalizão de Temer farão com que o apoio às reformas da previdência seja ainda mais difícil.
Além disso, a intensidade dos protestos populares está crescendo. Embora longe de ser tão grandes quanto as marés humanas que pediram o impeachment de Dilma, os manifestantes anti-Temer se destacaram nas últimas semanas por confrontos violentos com a polícia.
Redemoinho de corrupçãoNo mês passado, legisladores apresentaram uma solicitação para pedir o impeachment de Temer.
Michael Mohallem, professor de direito e especialista em política da Fundação Getúlio Vargas, disse que Temer ainda não está perto de cair.
A situação é "igualmente crítica a quando estava a presidente Dilma ou inclusive pior. Mas ele tem o apoio do Congresso, sendo assim é muito pouco provável que siga por esse caminho", afirmou Mohallem.
"Mas enquanto o clima se torna mais complexo, sua situação fica mais frágil", afirmou.
O núcleo dos problemas de Temer é o gigantesco escândalo de corrupção na Petrobras, que atinge grande parte do Congresso e do governo.
A Operação Lava Jato já derrubou vários membros do governo Temer.
O conselheiro do presidente José Yunes foi o último a cair após estar envolvido nas investigações. Segundo a imprensa, o secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco, também estaria a ponto de pedir demissão.
A Lava Jato entra em uma nova etapa com as delações premiadas de mais de 70 funcionários da Odebrecht, empreiteira envolvida em diversos esquemas de corrupção.
Até mesmo Temer foi mencionado, em um depoimento que vazou, segundo o qual ele teria pedido doações ilegais à Odebrecht. O presidente respondeu que não fez nada de errado.
Como se não bastasse, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) avalia se a eleição de Dilma em 2014, com Temer como vice, deve ser cancelada por recursos ilegais de campanha. Neste caso, o presidente perderia o mandato e haveria eleições indiretas antecipadas.
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