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Turquia inaugura primeiro túnel rodoviário sob Estreito de Bósforo

20/12/2016 15h54

Istambul, 20 dez 2016 (AFP) - O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, inaugurou nesta terça-feira o primeiro túnel rodoviário subterrâneo sob o Estreito de Bósforo, em Istambul, que une a Europa à Ásia, a última de uma série de grandes obras públicas projetadas para transformar as infraestruturas do país.

A cerimônia reuniu um grande número de autoridades turcas e foi realizada da forma como havia sido planejada, apesar do assassinato, na véspera, do embaixador da Rússia em Ancara.

Apesar dos atentados que golpeiam a Turquia há quase um ano e meio, Erdogan assegurou que ninguém conseguirá "dividir a nação".

Após seu discurso, uma oração e o lançamento de balões de gás hélio, o presidente turco entrou no túnel, acompanhado por vários carros pretos.

Em outubro de 2013, a Turquia abriu o túnel ferroviário de Marmaray, a primeira via submarina que liga as partes europeia e asiática de Istambul.

A partir desta terça-feira, também será possível viajar de carro sob o estreito, graças a um projeto destinado a aliviar o tráfego da megalópole, de 18 milhões de habitantes.

O túnel "Avrasya" (Eurásia) tem 5,4 km de comprimento, dos quais 3,4 km estão sob o Bósforo, o que permite unir as duas partes da cidade em "15 minutos", em comparação com o tempo que se leva atualmente, entre 1h30 e "2 horas, quando há trânsito", afirmou o ministro do Transporte, Ahmet Arslan, que prevê um fluxo de entre "120.000 e 130.000 veículos por dia".

O projeto, realizado por um consórcio entre o grupo privado turco Yapi Merkezi e o gigante sul-coreano SK Group, recebeu um investimento de 1,245 bilhão de dólares, incluindo um empréstimo de US$ 960 milhões.

Como Istambul está localizada em uma zona sísmica, o túnel, de dois andares, foi concebido para resistir a terremotos e tsunamis.

"Projetos loucos""Louvado seja o fato de que nós pertencemos a um país e a uma cidade que unem dois continentes", disse Erdogan na cerimônia de abertura.

O presidente afirma que quer construir uma "Nova Turquia", modernizando as infraestruturas a tempo do 100º aniversário da fundação da República Turca por Mustafa Kemal Ataturk, em 2023.

Entre o que o presidente chama de seus "projetos loucos", estão também: a primeira ponte para cruzar o Estreito de Dardanelos; um canal artificial, como o de Suez, paralelo ao Bósforo; um terceiro e gigantesco aeroporto em Istambul.

O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, anunciou nesta terça-feira que o aeroporto será inaugurado em 26 de fevereiro de 2018.

"Mas nós não vamos nos contentar com esses projetos", disse na semana passada à AFP o ministro do Transporte, revelando um projeto de um terceiro túnel subterrâneo, "de três andares, onde haverá um sistema ferroviário, como o de Marmaray, e um sistema de estrada, como o Avrasya".

Erdogan assegurou que estes projetos não serão alterados pelo golpe de Estado fracassado de 15 de julho ou pela série de atentatos que afetaram o país no último ano e meio.

Na segunda-feira, o embaixador russo, Andrei Karlov, foi abatido em Ancara por um policial turco que gritou "Alá Akbar!" e "Não se esqueçam da Síria, não se esqueçam de Aleppo!", antes de ser neutralizado e morto.

Em agosto, apenas um mês depois da tentativa de golpe, o presidente turco inaugurou a terceira ponte sobre o Bósforo, batizada Yavuz Sultan Selim, em homenagem ao sultão que conquistou grande parte do Oriente Médio durante um reinado de oito anos.

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