Brasil: contas primárias ficam no vermelho em fevereiro

Brasília, 31 Mar 2017 (AFP) - O Brasil registrou em fevereiro um déficit recorde de suas contas primárias (antes do pagamento dos juros da dívida) para um segundo mês do ano, depois de ter surpreendido em janeiro com um resultado positivo.

Segundo o Banco Central do Brasil (BCB), em fevereiro, o déficit consolidado do setor público (governo federal, estados e empresas estatais) foi de 23,468 bilhões de reais. Em fevereiro de 2016 o déficit havia sido de 23,040 bilhões.

A previsão média de 15 analistas consultados pelo jornal Valor Econômico era de um resultado negativo de 20 bilhões de reais.

Em janeiro, as contas primárias fecharam com um excedente de 36,712 bilhões de reais.

Graças a esse resultado, os dois primeiros meses do ano tiveram um superávit de 13,44 bilhões de reais, equivalentes a 1,30% do PIB da maior economia latino-americana, frente a um excedente de 0,50% do PIB no mesmo período de 2016.

No acumulado de doze meses, o déficit chega a 147,4 bilhões de reais, ou a 2,34% do PIB, um nível similar ao de janeiro.

O dado indica assim uma certa melhora em relação ao déficit recorde de 2,49% do PIB (valor revisado) de 2016.

Em fevereiro, o déficit foi de 29,165 bilhões de reais nas contas do governo federal (União, Tesouro e previdência social) e de um superávit de 5,698 bilhões dos estados, dos municípios e das empresas estatais.

O Ministério da Fazenda projeta para este ano um rombo de 143,1 bilhões de reais, dos quais 139 bilhões seriam correspondentes ao governo federal. O valor é alto, mas abaixo dos 154,255 bilhões de 2016.

A dívida bruta pública do Brasil subiu em fevereiro para 70,6% do PIB, um aumento de 0,6 pontos percentuais em relação ao mês anterior.