Oxfam: grandes empresas americanas escondem US$ 1,6 trilhão em paraísos fiscais
Washington, 12 Abr 2017 (AFP) - As 50 maiores empresas dos Estados Unidos, incluindo Apple e Microsoft, mantêm quase US$ 1,6 trilhão em paraísos fiscais para reduzir o pagamento de impostos no país, afirma a ONG Oxfam em um estudo publicado nesta quarta-feira (12).
Este valor escapa do fisco americano graças a uma "rede secreta" de 1.751 empresas offshore, revela a organização que luta contra a pobreza em um relatório publicado uma semana antes das reuniões do FMI e do Banco Mundial em Washington.
"As empresas que evitam impostos privam os Estados Unidos de aproximadamente US$ 135 bilhões em impostos não tributados a cada ano", afirmou Robbie Silverman, um dos diretores da Oxfam no país.
A gigante Apple lidera a lista com mais de US$ 200 bilhões em empresas offshore, seguida pelo grupo farmacêutico Pfizer (US$ 193,6 bilhões) e a Microsoft (US$ 124 bilhões), indica o estudo.
A lei americana permite às empresas a manter no exterior, por tempo indefinido, os lucros gerados fora do país. Nos Estados Unidos, as taxas de impostos para as companhias é uma das mais elevadas entre os países desenvolvidos (35% a nível federal).
Durante a campanha eleitoral, o presidente Donald Trump se comprometeu a reduzir a taxa a 15% e citou a proposta de permitir às empresas a repatriação de suas reservas com o pagamento de uma única taxa de 10%.
A Oxfam afirma que tais medidas apenas "estimulariam as empresas a conservar o dinheiro nos paraísos fiscais à espera da próxima anistia fiscal".
Em geral, a redução drástica do imposto para as empresas oferecida por Trump ameaça provocar "uma corrida destrutiva mais profunda, observada em vários países que viram a evasão de impostos nos últimos anos", afirma a organização.
"O presidente Trump prometeu remediar um sistema político e econômico falso, mas suas reformas fiscais vão enriquecer as corporações em detrimento dos cidadãos comuns e das pequenas empresas", afirmou Silverman.
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