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Vencedores do Nobel de Economia denunciam programas 'antieuropeus' em eleições francesas

18/04/2017 07h23

Paris, 18 Abr 2017 (AFP) - Vinte e cinco prêmios Nobel de Economia denunciaram nesta terça-feira os programas "antieuropeus" e "protecionistas" de alguns candidatos à presidência francesa, entre eles a aspirante da extrema-direita, Marine Le Pen.

"Alguns de nós fomos citados pelos candidatos à presidência francesa, em particular por Marine Le Pen e sua equipe, para justificar um programa político sobre a questão da Europa", explicam em uma coluna publicada pelo jornal Le Monde 25 economistas, entre eles o americano Robert Solow (prêmio Nobel em 1987), o indiano Amartya Sen (1998) e o francês Jean Tirole (2014).

Apesar de suas "posições distintas" sobre a união monetária e as políticas econômicas, "nossas opiniões convergem em condenar esta instrumentalização do pensamento econômico".

Os signatários consideram que a construção europeia é "capital" para manter o progresso econômico dos membros da União Europeia.

Entre os 25 economistas há alguns de tendência liberal e outros mais críticos à globalização e ao euro, como o americano Joseph Stiglitz, Nobel em 2011, e que a candidata da Frente Nacional Marine Le Pen cita com frequência.

"A evolução que os programas antieuropeus propõem desestabilizaria a França e colocaria em xeque a cooperação entre países europeus, que hoje assegura uma estabilidade econômica e política", escrevem os economistas.

"As políticas isolacionistas e protecionistas e as desvalorizações competitivas, todas elas em detrimento dos demais países, são maneiras perigosas de tentar gerar crescimento" e "serão prejudiciais para a França e para seus sócios comerciais", acrescentam.

Os vencedores do Nobel também saem em defesa da imigração. "Quando estão bem integrados no mercado de trabalho, os migrantes podem ser uma oportunidade econômica para o país de acolhida", afirmam.

Os signatários da coluna só citam por seu nome Marine Le Pen, mas há outros candidatos às presidenciais francesa que propõem sair do euro e reforçar o protecionismo, como Nicolas Dupont-Aignan, François Asselineau, que se classifica como o "candidato do Frexit", ou Jean-Luc Melenchon, que considera a saída da União Europeia como um "plano B".