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Acionistas exigem à ExxonMobil transparência sobre impacto climático

31/05/2017 18h22

Nova York, 31 Mai 2017 (AFP) - Os acionistas da ExxonMobil ordenaram nesta quarta-feira que a petroleira americana estude o impacto financeiro de medidas contra o aquecimento global, dando uma vitória aos ambientalistas em um momento crítico do combate às mudanças climáticas.

A proposta, apoiada por 62,3% dos acionistas, exige que a Exxon analise com transparência o quanto antes as medidas públicas previstas no Acordo de Paris para reduzir as emissões de poluentes impactariam em seu portfólio.

A votação chega em um momento em que o presidente americano, Donald Trump, avalia se vai retirar o país do Acordo de Paris de 2015, ao que seu antecessor Barack Obama aderiu.

O chefe-executivo da Exxon, Darren Woods, que elogiou o Acordo de Paris mas considerou desnecessária a proposta dos acionistas, disse que a companhia analisará sua posição em função da proposta aprovada.

Durante anos, a Exxon conseguiu rejeitar propostas de seus acionistas ligadas às mudanças climáticas. No entanto, vários investidores líderes dizem agora que mudaram de posição após a pressão de acionistas ativistas.

Ambientalistas alegaram que o portfólio da Exxon, que está amplamente dominado por ativos petroleiros, poderia se tornar não rentável sob políticas climáticas mais estritas, e que a empresa não analisou minuciosamente esse risco. Eles pedem que a Exxon invista mais em energias renováveis e menos em petróleo.

A proposta, apresentada pelo Fundo de Aposentadoria do Estado de Nova York, busca uma avaliação anual do portfólio de ativos da Exxon sob diferentes cenários de políticas, incluindo aqueles que limitam o aumento da temperatura abaixo de dois graus Celsius e que são consistentes com o Acordo de Paris sobre o clima de 2015.

A Exxon argumentou que já está em seus planos levar em conta a perspectiva de políticas climáticas mais rigorosas e que o petróleo continuará sendo uma fonte vital de energia por muitos anos.

Em sua mensagem aos acionistas, a empresa disse que a implementação do que foi acordado em Paris exigiria investimentos de quase 11 trilhões de dólares.