Uruguai: Mujica pede renúncia de equipe econômica se não destravarem venda de maconha
Montevidéu, 17 Ago 2017 (AFP) - O ex-presidente uruguaio José Mujica disse nesta quinta-feira que as autoridades econômicas do governo deveriam renunciar se travarem a venda de maconha estatal nas farmácias, e ameaçou bloquear o Parlamento se não encontrarem uma solução para o problema.
"Se não tiverem capacidade para solucionar [os entraves que estão sendo colocados em nível financeiro para as farmácias], que saiam", reclamou Mujica, visivelmente irritado, a emissoras de televisão locais.
Mujica, cujo governo impulsionou a polêmica lei de regulação da produção e venda de maconha com fins recreativos - aprovada em 2013 -, destacou que "se isto ficar travado, irá travar todo o Parlamento", em clara referência ao poder do Movimento de Participação Popular, setor que ele lidera, o maior dentro da coalizão do governo Frente Ampla (FA, esquerda).
Suas declarações surgem depois que o jornal El Observador divulgou declarações dadas pelo presidente do estatal Banco República (BROU), Jorge Polgar, confirmando que essa instituição decidiu fechar todas as contas de farmácias relacionadas à venda de maconha estatal.
"A instituição não manterá relações comerciais com as farmácias autorizadas a vender maconha", indicou Polgar, esclarecendo que fazê-lo "provocaria o isolamento financeiro do BROU, e de seus clientes, impedindo-o de realizar qualquer tipo de operação com um contraparte internacional".
A medida se soma à antecipada por vários bancos privados e é um duro revés para a iniciativa que Mujica impulsionou para combater o tráfico.
As instituições financeiras alegam que não podem operar, de acordo com a legislação internacional, com contas relacionadas à comercialização de drogas.
Até o momento, apenas 16 farmácias estão habilitadas a vender maconha produzida por particulares sob o controle total do Estado.
Na quarta-feira, representantes das farmácias se reuniram com o governo para procurar alternativas, embora vários comerciantes já tenham avaliado parar de vendar a droga para evitar a exclusão do sistema financeiro. Na segunda-feira voltarão a se reunir e o governo se comprometeu a fazer uma proposta concreta.
A venda em farmácia começou em 19 de julho, com 5.000 compradores registrados oficialmente. Em 15 dias o número de usuários passou de mais de 11.000.
Esse passo era o último para a total aplicação da lei e o mais complexo que o governo teve que enfrentar, após árduas negociações com os farmacêuticos. A lei também permite ter acesso à droga por meio do cultivo para consumo próprio e dos clubes específicos, chamados de "cannábicos".
Os compradores podem adquirir até 40 gramas de maconha por mês - 10 gramas por semana - ao preço oficial de 1,30 dólares por grama.
"Se não tiverem capacidade para solucionar [os entraves que estão sendo colocados em nível financeiro para as farmácias], que saiam", reclamou Mujica, visivelmente irritado, a emissoras de televisão locais.
Mujica, cujo governo impulsionou a polêmica lei de regulação da produção e venda de maconha com fins recreativos - aprovada em 2013 -, destacou que "se isto ficar travado, irá travar todo o Parlamento", em clara referência ao poder do Movimento de Participação Popular, setor que ele lidera, o maior dentro da coalizão do governo Frente Ampla (FA, esquerda).
Suas declarações surgem depois que o jornal El Observador divulgou declarações dadas pelo presidente do estatal Banco República (BROU), Jorge Polgar, confirmando que essa instituição decidiu fechar todas as contas de farmácias relacionadas à venda de maconha estatal.
"A instituição não manterá relações comerciais com as farmácias autorizadas a vender maconha", indicou Polgar, esclarecendo que fazê-lo "provocaria o isolamento financeiro do BROU, e de seus clientes, impedindo-o de realizar qualquer tipo de operação com um contraparte internacional".
A medida se soma à antecipada por vários bancos privados e é um duro revés para a iniciativa que Mujica impulsionou para combater o tráfico.
As instituições financeiras alegam que não podem operar, de acordo com a legislação internacional, com contas relacionadas à comercialização de drogas.
Até o momento, apenas 16 farmácias estão habilitadas a vender maconha produzida por particulares sob o controle total do Estado.
Na quarta-feira, representantes das farmácias se reuniram com o governo para procurar alternativas, embora vários comerciantes já tenham avaliado parar de vendar a droga para evitar a exclusão do sistema financeiro. Na segunda-feira voltarão a se reunir e o governo se comprometeu a fazer uma proposta concreta.
A venda em farmácia começou em 19 de julho, com 5.000 compradores registrados oficialmente. Em 15 dias o número de usuários passou de mais de 11.000.
Esse passo era o último para a total aplicação da lei e o mais complexo que o governo teve que enfrentar, após árduas negociações com os farmacêuticos. A lei também permite ter acesso à droga por meio do cultivo para consumo próprio e dos clubes específicos, chamados de "cannábicos".
Os compradores podem adquirir até 40 gramas de maconha por mês - 10 gramas por semana - ao preço oficial de 1,30 dólares por grama.
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