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Trump proíbe compra de empresa americana por estatal chinesa

14/09/2017 06h07

Washington, 14 Set 2017 (AFP) - O presidente americano Donald Trump impediu, nesta quarta-feira, a tentativa de uma estatal chinesa de adquirir a empresa Lattice, de semicondutores, afirmando que isso representaria uma ameaça à segurança dos Estados Unidos.

A aquisição da Lattice Semiconductor Corporation, companhia de Oregon publicamente negociada, pela chinesa Canyon Bridge Fund poderia ameaçar a oferta de produtos importantes para o governo americano, disse o Departamento do Tesouro em nota.

O governo Trump adotou uma postura agressiva ante a China acerca de comércio e segurança nacional, lançando investigações amplas sobre as ramificações de segurança nacional do comércio de alumínio e aço de Pequim.

Trump tem a prerrogativa de bloquear investimentos estrangeiros que ele julgue ameaçadores à segurança nacional por meio do Comitê de Investimentos Estrangeiros (CFIUS) nos Estados Unidos, um comitê interagências.

No caso da Lattice, o CFIUS e o presidente decidiram que "a transação representa um risco à segurança nacional dos Estados Unidos que não pode ser resolvido por meio de mitigação", disse a nota do Tesouro.

Com a decisão, a Canyon Bridge, sua parceira Yitai Capital e o China Venture Capital Fund Corp (CVCF) foram proibidos de comprar a empresa americana, que atende a mercados de consumidores, de comunicação e industrial.

O Tesouro disse que o acordo representa um risco à segurança nacional devido ao apoio de Pequim à transação, à potencial transferência de propriedade intelectual para investidores estrangeiros e à importância dos suprimentos semicondutores para o governo americano, inclusive dos produtos da Lattice.

A Lattice fabrica dispositivos lógicos programáveis, semicondutores que podem ser programados para ter funções similares às dos chips, diz a declaração.

O ministério do Comércio da China expressou "preocupação" com a decisão.

O porta-voz da pasta, Gao Feng, disse que embora cada país tenha o direito de investigar os investimentos em "áreas sensíveis", esta faculdade não deveria ser usada como "um instrumento para implementar o protecionismo".

"A China espera que os países pertinentes possam tratar as aquisições das empresa chinesas no exterior de modo objetivo e imparcial, dar um tratamento justo a práticas comerciais normais e criar um ambiente de negócios razoável e transparente para evitar um impacto na confiança dos investidores", afirmou Gao.

Trump interveio pessoalmente no processo após empresas apelarem para ele sobrepor a decisão do CFIUS diretamente, segundo o The Wall Street Journal.