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Fed: salários e preços sobem pouco nos EUA

18/10/2017 17h31

Washington, 18 Out 2017 (AFP) - Preços e salários não aumentaram em agosto e setembro nos Estados Unidos, apesar da saturação do mercado de trabalho, indicou um informe do Federal Reserve (Fed, Banco Central americano), nesta quarta-feira (18), que aponta a manutenção de um crescimento "modesto a moderado", apesar dos furacões que abalaram o sul do país.

"Em diversos regimes, os empresários têm dificuldades para encontrar trabalhadores qualificados", diz o Livro Bege do banco central, que destaca que o aumento dos salários é fraco e as altas de preços continuam modestas.

O Livro Bege é publicado duas semanas antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (FOMC) do Fed, em 31 de outubro e 1 de novembro. Os mercados não esperam uma alta de taxas de juros nesta reunião ordinária do banco central, sem coletiva de imprensa posterior prevista da presidente Janet Yellen. Contudo, buscarão indicativos sobre um eventual aumento de taxas, provavelmente em dezembro.

No informe de conjuntura, que inclui dados e depoimentos recolhidos em campo durante o período de seis semanas anteriores a 6 de outubro, o Fed constata que Flórida, Texas e Louisiana sofreram "danos maiores" após a passagem dos furacões Harvey e Irma.

Os setores mais afetados foram transporte, agricultura e energia, mas o impacto não deveria "ser significativo a longo prazo", indicaram industriais do Texas.

Apesar de o crescimento do emprego no período ter sido "modesto", "muitas regiões destacam que os empresários têm dificuldades para encontrar trabalhadores qualificados", sobretudo em transporte, saúde, serviços e construção.

Essa dificuldades não parecem, contudo, estimular aumentos significativos de salários. Pelo contrário, em várias regiões os funcionários apelam a todos seus recursos para atrair e reter seus funcionários, oferecendo "prêmio, horas extras e benefícios não salariais", constata o Livro Bege.

Já os aumentos de preços foram "modestos". Apesar de alguns fabricantes relatarem altas de custos de produção, isso não repercutiu ainda entre os varejistas.

A maioria dos membros do FOMC, com Yellen na liderança, estima que a inflação deveria subir no ano que vem.

Globalmente, a atividade manufatureira registrou um leve crescimento, bem como as vendas a varejo. O mercado imobiliários continua afetado pelo baixo volume de lojas disponíveis.