O 'café especial' brasileiro é um mercado em plena expansão
Rio de Janeiro, 4 dez 2017 (AFP) - Em 2016, o Brasil produziu 51,37 milhões de sacas de 60 kg, 85% de café comum, apreciado pelas grandes companhias de torrefação.
Mas agora está se firmando no mercado dos cafés especiais, produzidos com um cuidadoso processo de seleção e tratamento dos grãos de tipo arábica.
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Na escala internacional de qualidade estabelecida pela Speciality Coffee Association of America (SCAA), que avalia o aroma, a acidez, a suavidade e a homogeneidade da infusão, os cafés especiais brasileiros recebem pontuações de mais de 80 pontos em 100.
No ano passado, a produção de cafés brasileiros de qualidade superior chegou a 8 milhões de sacas, 54% a mais que em 2015, segundo dados da Associação Brasileira de Cafés de Especialidade (BSCA).
Em 2018, o Brasil deve superar a Colômbia como primeiro produtor mundial deste tipo de grão, de acordo com a entidade.
A ABSCA organiza desde 1999 concursos regionais e nacionais --entre eles o Cup of Excellence, convertido em uma referência mundial-- que reforçarão o prestígio dos cafés especiais do país.
Um número crescente de cafeicultores e, em particular, de plantações familiares, entrou neste nicho do mercado, com uma demanda mundial que cresce cerca de 15% por ano, enquanto a de café comum só registra um aumento de 2%.
O trabalho é mais exigente, mas acaba recompensado: a saca de café especial é vendida por mais que o dobro do preço do café tradicional.
Os produtores apostam, além disso, na valorização das indicações de origem geográfica do grão.
Atualmente, essa classificação abrange apenas cinco regiões brasileiras, entre elas a do Cerrado Mineiro, a única beneficiada por ela desde 2014.
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