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Bitcoin continua a subir e supera os US$ 15 mil

07/12/2017 13h17

Londres, 7 dez 2017 (AFP) - O bitcoin superou, nesta quinta-feira (7), pela primeira vez, os US$ 15 mil, uma alta de mais de 50% em uma semana que preocupa autoridades financeiras e surpreendeu analistas do mercado.

A moeda virtual alcançou os US$ 15.242,99 às 10h26 GMT (8h26 de Brasília), um novo recorde histórico, segundo dados recolhidos pela agência Bloomberg.

O bitcoin não para de bater recordes. Poucas horas antes, tinha superado pela primeira vez os US$ 14 mil. Em meados de outubro, a unidade da moeda valia US$ 5.000.

No começo deste ano, ele era negociado por US$ 1.000, mas seu valor se multiplicou por 15, uma escalada estimulada pelo interesse dos mercados americanos, que preveem lançar ainda neste mês contratos de futuros que vão permitir especular sobre seu preço.

Produtos financeiros

Os novos produtos financeiros dão credibilidade à moeda virtual.

A bolsa de valores americana Chicago Board Options Exchange (Cboe) vai lançar novos produtos financeiros em 10 de dezembro, pouco depois da Chicago Mercantile Exchange (CME), uma das mais importantes bolsas do mundo.

Ambas as plataformas receberam sinal verde da CFTC, a comissão de regulamenta bolsas e o mercado de futuros nos Estados Unidos e que normalmente trata de matérias-primas.

Contudo, a decisão também foi alvo de críticas, como da associação de bolsas e produtos derivados FIA, que a considerada arriscada demais.

Como o número de bitcoins em circulação é limitado, o aumento da demanda gera automaticamente uma alta de seu valor.

A capitalização total da moeda virtual é agora de US$ 256 bilhões, muito superior à sua concorrente Ethereum, com um valor de US$ 40 bilhões, segundo dados do portal especializado coinmarketcap.com.

O valor de mercado do bitcoin atualmente é superior ao da Coca-Cola e ao Produto Interno Bruto (PIB) de um país como a Finlândia.

O bitcoin, que não tem versão física, valia apenas alguns centavos quando foi lançado, em 2009, e usa um sistema de pagamentos chamado "blockchain", que garante a segurança das transações.

A moeda, sem curso legal, não é regulada por um governo, ou banco central, mas por uma grande comunidade de internautas que a utilizam para diversas transações.

Perigos

Muitos economistas, como os prêmios Nobel Joseph Stiglitz e Jean Tirole, alertaram para uma bolha que poderia estourar.

Os bancos centrais, que tradicionalmente gerem as moedas e a estabilidade financeira, também alertaram para o perigo do bitcoin.

François Villeroy de Galhau, governador do Banco Central francês, disse que quem investe em bitcoins o faz "por sua conta e risco".

Reguladores de vários países também temem que os investidores particulares percam muito dinheiro nesta operação especialmente arriscada.

O sucesso do bitcoin é tão grande que ele também atrai a atenção de hackers. A plataforma NiceHash recentemente sofreu um roubo de cerca de US$ 60 milhões em bitcoins, segundo vários veículos.